quinta-feira, 30 de maio de 2013

CATÁLOGO DO JUDEU





ATENÇÃO - Com um início um pouco apimentado
e vocabulário vernáculo, para quem não gosta…
não aconselho que leia.



CATÁLOGO DO JUDEU


*


ANÁLOGO


Mas ao poeta Pessoa
O Livro do Desassossego?
A minha Bíblia
onde apreendo e redijo miragens
espécimes de cravo e trevo,
tantas noites de viagens!
… sonhos da vida.





…. Calcorreando margens desfolhadas, eu nem me atrevo, descrevendo maravilhas como um livro cheio de segredos, amálgama de sentidos que me fazem viver pela noite dentro mundos vividos, com espíritos de outras vidas…
…. Amando palavras sentidas que não me deixam dormir, enquanto não tragar todas as aprendidas ideias que tenho de consumir, como se estivesse na cidade santa de Jerusalém adorando todas as estrelas de Belém.
Tantos escritos espalhados por organizar, com inscrições desalinhadas à vista desarmada, beleza rara do sentimento que a frase adorna, chocalha, e embala corações como primogénito das letras em orações, qual Livro tão grande se lhe compara, enorme grandeza debaixo de sua fantasmagórica capa, o retrato de seu rosto e bengala…



Que génio!
Seu nome me soa…
Completa…
Sua alma me inquieta,
gémeo!
 De Lisboa.





Seu livro provoca desconcertados movimentos, atropelando minha inteligência…
Transgredindo, peca à sua beira de pouca ciência.
Comparando meus registos numa sonolência com altos e baixos, junto páginas que me parecem estampas sem nexo, com uma sensaboria que me parecem impressões no deserto, tal é o vazio da minha vida.
Sinto a sua diferença, porque seu enorme talento é uma ponte ao pé da minha escadaria, tropeço tantas vezes nos degraus de meus erros… que sou análogo à minha imagem. Minhas parecenças estão comigo mesmo, e os pensamentos olham no interior de mim como me conheço, e vejo para fora outras coisas que são de dentro, e todas elas diferentes, são sempre as mesmas.





"ANÁLOGO"



Não há ninguém dos meus
que me diga para onde vou.
Se tudo assim quer Deus?
Assim é de quem eu sou.

Mas um dia… Zás! – Pensei.
E a maneira de ser eu
Ao ler Fernando Pessoa… chorei.
E Deus? Não lhe apeteceu.

Assim, ao Pessoa que tanto deu
A mim, que tanto me ensinou!
A um, Deus um dia nasceu.
O outro Deus, se lhe revelou.







ANALOGIA DO DIÁLOGO




EMANUEL - Paizinho, onde está a minha mãe?

YESHU (Jesus) - Partiu quando nasceste Emanuel… agora está no céu.

EMANUEL - Gostava tanto de a ter conhecido… sabes, tenho saudades desse afeto que nunca conheci, esse carinho que é o leite materno em doses de gosto puro que nunca bebi. Ficará sempre um vazio… e um cantinho guardado no coração quando um dia sorrirmos juntos, será o reencontro do maior amor do mundo, os laços duma mãe por um filho.

YESHU - Enxuga essas lágrimas meu pequeno adorado, ela está bem. Lá no alto guia teus passos e te guarda como um anjo, porque essa é a missão dela… antes de vir à Terra sob a forma mortal, seu corpo ancestral já era a de um anjo da boa sorte, por isso alegra-te! Ela nunca morre.
Tu um dia, também serás imortal na sua companhia… e minha alma gémea. Teu destino comandará o Apocalipse para que não se profetize.
Já te contei o caso do Filho de Deus homem que será falado por toda a humanidade?

EMANUEL - Sim…, mas é muito triste paizinho. Estremeço só de pensar no seu sofrimento, uma angústia profunda que a mim se entranha dentro e nem sequer o conheço… é como sentir o sangue dele percorrer minhas veias num prolongamento de um coração dividido a meias, em que as fibras dos batimentos… continuamente fazem de pombo-correio, num tic-tac cá e lá decepando como um ponteiro, que trabalha como se fosse o Mundo inteiro.
Que nome tem esse ser tão imaculado de quem nunca ouvi falar e só sabe amar?

YESHU - Para todos, ficará a ser conhecido na eternidade como Yeshu (Jesus) e é judeu como tu, descendente da casa de Davi.

EMANUEL - Soa bem a qualquer alma… e como contaste… é um sábio de grande harmonia e calma, de uma beleza ímpar e um grande amigo protetor da natureza, a quem se deve chamar Senhor dos homens e de todos os viventes no planeta.

YESHU - Sim, ninguém sabe que tem um filho. Sua descendência ficará para sempre na Terra e poucos saberão o segredo… só os mais chegados, os que amam verdadeiramente a Deus Pai serão tementes pelo infinito dos confins, fiéis à ordem da sua luz divina.

EMANUEL - Diz-me paizinho, quem é esse homem tão misterioso?

YESHU - Sou eu filho, teu pai. O tal homem da cruz… que morreu para salvar os pecadores. Deus quis que outro fosse no meu lugar…

EMANUEL – Ó pai! Então não foste tu?

YESHU – Não meu filho. Isto é um segredo meu e teu … e nunca o poderás contar a ninguém… Para a humanidade morri na cruz, mas na verdade não era eu que lá estava, mas sim outro meu parente que quis ficar no meu lugar… pois isso, aconteceu há uns anos, ainda tu não eras do mundo dos vivos.

EMANUEL – Queres dizer então, que essa história da Salvação dos homens é mentira? E se Deus existe, não ficou zangado contigo?

YESHU – Deus existe no meu coração, e a minha fé continua inabalável. A Deus não importa quem morreu, mas da forma como morreu, para que a humanidade acredite na salvação dos homens pelos pecados cometidos.
Tudo se consumou.
A minha descendência és tu meu filho, e filhos de teus filhos continuarão a verdadeira Obra de Deus, e não as histórias e ganância dos fariseus… representantes da malícia, mentira e maldição.
Meu tempo está chegando… terei que partir, mas estarei sempre contigo.
Abraça-me, meu querido.













CATÁLOGO DO JUDEU





Para uns, há os livros com catálogos de origem Celeste, formados de tomos com volumes que a Providência remete… e porque são reais ninguém mexe.
Para outros, a mão humana, compõe a leitura dos trechos numa resma de beijos em rama, os vocábulos que guiam a doutrina a um camafeu de vontade Divina.
E depois, quantas vezes foi adulterada a Bíblia?

Mas isto, porque é um troço um bocado encíclica… tem descarga que manda ameixa de quem desconfia, na sua mafiosa teia que é a selva, tem um gosto fino, o cheiro a merda… de quem é chefe da igreja.
Histórias que só interessam a sacerdotes da casa Caifás, que ao tempo sentiram ameaçado seu reto lá… purgaram o Mundo numa criatura de túnica e pés descalços humanos… a quem o seu intestino grosso os expulsava como fezes do ânus… enfim! 
Um bom Samaritano a quem Pilatos lavou as mãos da acusação de blasfémia, ao mijar na coroa de espinhos do desditoso, e porque estava na moda dejetos anais de revolta política, os romanos crucificavam aos milhares judeus que ficavam com icterícia, e depois mais um que importância tinha? 

Qualquer coitado se finava… e lá se ia e não voltava.
Partia, e se vinha… gritava.
Parecia mesmo uma alma penada!
Se fora banal morrer pregado na cruz, era normal tais modos, o ato muito natural perecer como tordos, quando ainda não tinha sido inventado o arcabuz e a pólvora… apareciam com o bucho todo cheio de chumbo, de fórmulas que havia na água imprópria.
…. Depois, há sempre um Profeta de nome João a mais… usando pele de camelo como vestes sacerdotais, e porque era um urso sem pelo e mal visto, não podia comer os pães da proposição nem a carne dos sacrifícios, ele foi antes remoer mel silvestre e gafanhotos, para não apanhar uma indigestão… com tantos arrotos.

…. Também havia os filhos de um cocó qualquer que era Jacó da Judeia, que viviam como cabrestos nas montanhas duns Hebreus libertados da parvónia saloia da Babilónia… posteriormente catados como hereges de verdades que fazem suas com o seu Livro escondido, palavras judaicas muito justas que fazia comichões a muita boa gente das escolas, numa luta que era uma caça às bruxas de sangue esquisito e cheio de pulgas que apareciam mortas… quando se coçava o pito.
Nesse tempo, qualquer hebreu se via grego… nem mesmo ser preto era pior que o nome seu. Pior que a circuncisão… só ficando maneta do colhão ou entalando a pila como um dedo, enfiando no cu a mão e gritando – sou judeu!

Daqui a origem sacerdotal do Prometido, que cogita sob os Mandamentos da Tábua em chama com odor a cornos queimados… podia ser Rei segundo a ordem da Tribo.
Contam as Escrituras no cumprimento da profecia… dum gajo cuja terminologia em “ias” era um tipo às direitas, e tudo que é Livro por estar escrito viveria em pedras malfeitas.
Segundo mãos que se enfiam e mexem em tudo que havia… deturparam papiros à medida dos seus desejos pirata, e tanta caca fizeram, que hoje em dia um cabrão onde esteja… ainda é Papa!
…. Aquela fina flor que passa por santa quando se trata dum grande sacana, ao fazer o sinal da cruz repetido, cruzando os dedos culpados ao fazer despercebidamente figas… de tanta intrujice como um rabino de coisas que estão escritas.

Uns e outros num dia com sorte, como o caracol e a lesma…
À noite traz a morte o lobo homem que inventa… adorando a imagem do Dragão com marca na fronte e a boca na botija… ganha um cagalhão Popeye ali à mão com muita ira – sai em pequenas bolinhas, umas flutuam outras não… 
São o anjo e o mal, os dois das Escrituras Sagradas, tecendo como Satã de gaitas ultrajadas..., mas Jesus que nunca pecou, venceu a vergonha que o diabo em cuecas vestiu fora de época. Salvou a humanidade do pecado que uma dentada deu nas frutas e apareceu o bicho “miséria” que resultou em escândalo no mundo das putas.








CONFISSÃO


 


Se o cónego da minha freguesia sentisse o que eu digo, exclamaria:
- Sacrilégio meu filho!
Por acaso tens o diabo no corpo como um judeu quando dás uma queca?
Olha que eu já vi por muito menos, simples pecadores irem para o inferno! 


- Perdão Sr. Padre, mas os filhos saduceus dessas mulheres que também são mães… é que têm o diabo na racha aberta!
Transformam seus corpos usados numas pilecas.
Eu sou apenas um arauto da natureza, igual a todos que sofrem da necessidade que é a fraqueza, para além de ser feito à mesma imagem do Altíssimo, sou diferente por não ter um harém de concubinas como um sultão dos céus ou como o Zeus do Olimpo.
(É o que dá, rezar na missa aos domingos todos juntos… pelas alminhas dos tais diabos… e perdoando o proxeneta nos feriados, em que a nota preta por ser amor ao desbarato, desabrocha em broche ao peito com esgar duma careta… é o maior alívio do mundo!... em que o sujeito pela recompensa paga ao chulo.)


Para bom entendedor que não é besta, encestar a bola no cesto é como enfiar um preservativo na cabeça... e quem costuma perdoar numa lengalenga os favores em contratempos das vacas que andam a pastar lá na igreja?
É o senhor padre e a hóstia que enfia na língua… como amor seu, culpando sempre a saliva com a frase que termina no mesmo judeu: - Corpo de Cristo! 


Pois perdoa todas as faltas, e até incita todas as semanas a ir ao confessionário para continuarem a cometer as mesmas ejaculações, e a dizer que o corpo é que paga das merdas dos crentes que metem o penetra em seara alheia e fodem tantos “et ceteras!…


Não diga nada Sr. Padre, para a semana vou-me confessar, serei um arrependido… bem sei, não devia ter dito isto… mas se disser que o cu do inferno existe!?
Nisso acredita, são inimigos seus, ou o inferno para si é uma rata e uma picha?
Não podem ser amigos? E o Sr. Padre é composto de que substancia?
Dum esguicho que entrou no buraco… ou a sua pila não nasceu doutra pila porque era dum ateu… não me diga que a culpa é mais uma vez do judeu…?




Tudo tem um lado da outra face… análogo.




Algumas vezes tão poucas, mas únicas no tempo que não volta, perdemos o que queríamos, amámos com os nossos erros e depois de ter perdido, é que nos apercebemos, não amávamos o suficiente quando sentíamos.
Amar muitas vezes é complexo… temos pensamentos errados da reflexão que fazemos da pessoa amada – e como o juízo é nosso, somos uns narcisistas inconscientes, amamos o eu que há em nós próprios conforme as nossas conveniências.
No amor sexual procuramos o gozo.
No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso através de um conceito nosso, da nossa errada reflexão.
Nunca gostei muito de falar de mim, fazendo o papel de protagonista, mas se tiver que o fazer, não me preocupa nem me envergonha se tiver de tagarelar de assuntos que muitos não se atrevem. E só o faço, porque gosto tanto de escrever como respirar, não escondo este prazer, nem sequer viver doutro modo, não seria capaz.
Nunca me consegui definir a mim próprio, e se tenho alguma ideia, apenas me preocupa o que vou jantar ou na hora de saída da fábrica (Incompol), sair e arejar.
Tenho uma profunda admiração por esse ser maravilhoso que é a mulher.
Sente tudo profundamente, e leva muito a sério a amizade, sentimento que muito prezo. Então, sou daqueles que tenho a impressão que sou amado pelas mulheres à distancia… e quando inventam nunca me reconhecem, e se reconhecem nunca me aceitam. 

É aquela historia de ter um porquinho como animal de estimação, e alimentá-lo com bacon… ignorando o canibalismo e o amor dele.
Outras vezes, surpreendem e excedem as minhas expectativas com gratidão da minha parte, e um sorriso imenso cativando a alma atrás dumas grades…
Também se queres ser odiado, escolhe um homem que é mais fácil de sobreviveres. Uma mulher como inimigo, é meio caminho para a não-existência, por isso, não aconselho; mulher é para amar… e fazer todas as vontades.
E claro, se é mesmo teu amigo, é o melhor amigo do mundo!
Defende-te com unhas e dentes, de tal maneira, que quem se atravessar fica espalmado e esticadinho na linha férrea por um comboio como um catrapilas.





Análogo… todos temos o outro lado da face.




Vivendo dentro do sonho, sonho dentro da vida e nunca acordo porque nunca durmo. Assim, minha consciência vai passando imagens ininterruptas, umas de seres que existem na estrada, outras que são fantasmas das nuvens… e nunca sei se durmo acordado quando vou sonhando ou se sonho desperto quando adormeço… nunca sei diferenciar uma coisa da outra, numa vida que não distingue, se vive sonhando ou acordado.
O sono alimenta as duas partes da alma, vive quando está dormindo com coisas passadas que parecem reais, e coisas reais que passam na vida com sono.


Atingimos dimensões que noutros casos não existiriam com tanta realidade, porque na fusão do sono falamos com Deus, Fernando Pessoa ou D. Afonso Henriques… ele nos coloca em posições paralelas à mesma hora no mesmo tempo do passado ou presente, tal é o elixir do sono que nos devolve a magia em plano de igualdade, transformando a fantasia que é real na realidade.
Percorrendo linhas de penumbra que me parecem abstratos, vividas em pensamentos ou obtidas nas sensações dos sentimentos que são reais, não tardam nada passarem como fantasias da sombra que sou na vida, sombra que caminha ao meu lado e é gémea de meus passos, mas diferente da meia-luz que ilumina uma falsa alma.
Convictamente será necessário reduzir o espírito a uma matéria verdadeira onde caiba num espaço existente, para que possamos com exatidão o que é irreal materialmente dentro do poder das nossas sensações, serem dois estados ambos mutáveis, e existencialmente fluidos vitais da vida, serem igualmente reais.




Toda alma necessita… é análoga.




Toda a alma diz que precisa... se a colocar como "sujeito", 
no modo pessoal facilmente carente, dirá:
- Eu preciso das promessas, para continuar a expelir,
criar o nascer da força que não existe… 

 - Eu preciso de sentir o pulsar do mundo,
equilibrar o modo de viver.

- Eu preciso de acabar com a guerra!
 Onde há ódio, há morte e misérias…
- Eu preciso mudar a inveja!
A maledicência e a falsidade por serem sinónimos do mal...

- Eu preciso!
Quero revelar-me, substituir-me… ter asas na terra,
cumprir a missão do destino, ser o início…
e ter a salvação da gente na mão… igual a Deus para sempre.


- Eu preciso!
Combater as imperfeições que existem dentro de mim,
ser do espelho da humanidade,
mudar o humano que há em nós,
preciso de caminhar por cima das nuvens ao lado da paz,
como uma pomba de asas abertas, sarar as feridas do mundo.


- Eu preciso reinventar-me!
Transformar a energia em génio,
experimentar a matéria,
ter um corpo independente,
renovar a imitação,
ser um novo robô espiritual,
inventar a criação na fábrica da Divindade.
Ser um fantasma de bata, que olha por onde não passa… espectro que se reflete em meus olhos doutros olhares em portefólio, estranhos quando se cruzam no passo de almas, recordam passados de outrora que passam e não voltam...

Sou como Deus!
Reflectimos-me no espelho Dele, vejo seu espírito fora de meu corpo,  nas chagas de toda uma vida, em carne de marcas apodrecida.
Se um dia vou morrer, deixo de ter forma…
Quando um dia partir... desaparecer da minha vida.
Diferente, não ressuscito, mas ao deixar de viver, sou como eu!
Filósofo Imortal, que melhor poder existe?
Ninguém sabe quem é quem o tal…
Alguém viu Deus triste?
Eu digo-lhe todos os dias adeus…
Ele responde com um sorriso…
Será Deus divertido?







Tudo o que passa, mesmo o que não passa é… análogo.



São olhos de outros olhares que não quero /sorriso de compaixão sincero/, porque sou sofredor poético resistente, derivado de antigas reminiscências, por isso renego comiseração apocalíptica, raios que partam doutra vida – que dêem cabo da paciência.
Os ponteiros marcam a hora pela noite fora… e eu não sinto o vento nem a calma.
O que passa, passa! 
Numa densa noite de nevoeiro, rastos que rasgam mantos de fumos inteiros, desaparecem no vislumbre negro da imagem como fantasmas que passam…
Passado leva-o o tempo, mas as dores que são dor não passam… e os passos de marca decadente que se querem dissipados, sempre que lembram da volta, repassam em movimentos circulares como gravação de pensamentos que recordam sempre os mesmos momentos passados.

Pássaros de asas feridas voam ao redor e saltam, comem migalhas sofridas, e exangues comigo – matam!
Mas o que morre são situações de lugares e de gentes que vivem à espera de eu voltar.
Meu estado de alma é uma réstia, réstia do passado que se repetirá noutros tempos… verto uma gota sempre, quase sempre! Quando a saudade mata e não passa.
A dor volta como uma presa relembrando o envelhecimento que é sempre presente. É um vazio sem sentido, indefeso para além do vício, é um estar sem estar sabendo, perpétuo na idade sem começo.

Tenho dor de alma tão rudemente imensa… não tenho grande falta nem cansa quem assim pensa.
Tenho dor de alma tão profundamente intensa… sombra que passa tensa, espinhosa quanto basta - marcadamente desgasta, e nem sempre é amor ou terror quando passa.
Quero pensar ao escrever e sinto um coração em doença, um toque estridente no bater, de algo que marca e não pensa... e sei de cor o que estou a ler… sem destino sou uma espécie de contratempo, um acaso que não vive e um fantasma que existe num mundo conhecido.




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