quinta-feira, 12 de julho de 2001

TROIKA











TROIKA







Morre o dia…, mas a esperança nasce, 
um grito ecoa, e uma nova vida avança.
Noutra parte do globo, noutros pontos da Terra, 
uma luz brilha outra esmorece, nasce uma flor,
morrem crianças…
inconcebível acontecer no século com milhões
para a ciência e a guerra, e não haver milhões
para as que morrem doentes com fome, doença e miséria?

Parece que estão à espera…
os lobos desta Terra…
uivam para a Esfera…

Se a última voz se ouvir,
as crianças deixarem de sorrir,
quando soltar gargalhadas cansa,
se não houver mais pierrôs de ansa
e arlequins que nos façam rir?

Se aves de bico deixarem de cantar,
os sonhos não tiverem luar,
o sol deixar de aquecer nossa alma,
a Terra vazia deixar de girar…
se não houver ondas no mar,
quando não luzir o espírito dos céus
ou as estrelas não possuírem brilho…
que ciscos vivos imitarão a vida?

Depois?
Quando o final for escuridão,
não houver mais alcatrão…
não persistir o infindo da origem,
se houver simplesmente fuligem,
quando existir nada de nada, flutua,
vagueia o que não existe da lua.

Pois?
Haverá sempre um código,
como um sorriso de criança,
numa célula de rocha amorfo
quando não existir mais esperança.