domingo, 12 de outubro de 2003

O DIA DA PARTIDA







O DIA DA PARTIDA


Que mais se pode intrometer?
Vasculhar, varrer o sangue, sução,
enxaguar a alma para não a perder
amargar até  à própria extinção…
 
Um dia de cada vez a falecer,
repetir o conhecido impossível…
 
Branqueando a existência
extinto a toda a hora
só tormento incessível
 
Que venha tumba em alçapão
profunda insipiência,
de bom grado desabrigo mundo fora.
 
Quem queres Deus na tua crucificação?
 
Fraco destino é deixar indo
mas porquê toda a vida morrer…
não chega o dia da partida?
 
Tristeza inútil tão vazia
de infeliz nunca sorrindo
quem está pronto a ceder sempre
 
Vem buscar rosto infindo
desmerecer partir morrendo
toda a partícula em sol poente,
 
Necessitado carrasco, atrás…
isento deste mundo, agenceio a paz;


Leva-me contigo rosto horrendo
é-me indiferente tua companhia
desde que morra e não sinta…