terça-feira, 6 de junho de 2000

ENCONTREI O TEU CAMINHO







VILA NOVA DE FOZ CÔA


Esta chegada aos 16 anos seria uma partida, 
reencontro por intervalos de vida, encontro 
da minha chegada, reencontros da minha 
alma mais apaixonada – o meu caminho.


ENCONTREI O TEU CAMINHO




Encontrei o teu caminho…
Seguindo o asfalto negro por entre nuvens espessas, senti a cumplicidade da terra como se fora nascido dela… noutras direcções apaixonadas, cruzei-me com a lenda das sombras, passei muralhas de castelos, fiz o sinal da cruz ao passar igrejas em recônditos lugares, senti calafrios ao ver montes e vales rodeados de montanhas, algo familiar nada estranho às entranhas de mim no teu lugar.

Encontrei o teu caminho…
Eras tu que eu queria no meu sentimento mais puro, como um mistério belo e profundo de encantos fascinantes, cheio de amêndoas em flor, além do horizonte luzente.
Por isso te amo, como outro algures nenhum existido, ventre terra pó da minha vida.

Encontrei o teu caminho…
A tua escuridão me fazia parar junto da mulher que passava, mas o cheiro da terra dos montes e o orvalho perfumado, logo me fazia continuar na minha estrada à procura do teu coração conquistado. 
Outro encontro seria a razão do teu amor.
 
Encontrei o teu caminho…
Sozinho como uma estrela, no meio de nenhures na direcção do nosso sistema quente e alaranjado, encontrei o teu caminho, porque era vontade minha encontrar-te seguindo a tua sorte.
Sabia que a tua existência encontrou o meu caminho, e desconhecia se eras uma rosa ou uma nascente, uma lua cheia de luz, uma melodia, uma imagem e um silêncio numa ilusão…

Encontrei o teu caminho...
Sabia que fazias parte de mim, que sempre estivemos juntos, fazias parte de meu sonho, tinhas lugar no universo como uma estrela sozinha, única no mundo…
No palpitar, o sentir do coração ao olhar para o mar, recordar a razão de eu existir, viver no fundo do meu oceano por não te poder amar, as saudades do teu lugar vividos na ausência ao encontro do teu caminho.


Espera por mim.

Quero ir ao teu encontro, poder abraçar a terra que irá colher em seus braços meu corpo.
Não tenho hora marcada, mas meu destino é certo, vagueando meu espírito por vales e montes, encontrando teu caminho como um jazigo do céu sem contagem do tempo...