quarta-feira, 12 de outubro de 2005

ALFACINHA






ALFACINHA



Sou natural de Lisboa, terra dos meus amores.
Da minha varanda virada para o Tejo
aqui nasci espírito impregnado de dores,
vivi casos com pecados meus de olhar cego.

Sou o que se pode chamar, um breve alfacinha
sócio da Colectividade 1885 do 3 de Agosto,
natural do 1º - setenta e sete, em Marvila,
e amante do palco, teatro da vida imposto.
  
Perdido na noite de luxúria e devassidão
apaixonado do Cais do Sodré e Bairro Alto,
entreguei-me à primeira concubina ali à mão.

Provador da noite, no interdito calor das vidas,
de dia um cidadão comum, do bairro sossegado,
uma cara à face da lei, noutras proibidas.