sábado, 19 de julho de 2014

TRANSE




O melhor é exir isento
 sair do interior assim…
acordar fora cá dentro
o despertar em mim.




TRANSE



Faço reflexão de cara oca
vazio como casca d’ostra…
despojado disto e aquilo…
descuidado como um distraído
sento-me em cima da mente.

Peço desculpa ao cérebro amarrotado
pensativamente pisado
salvo que não seja sempre?

Não sei…
Que agonia…
falta-me qualquer coisa…
outra coisa doutra cousa
que dê sentido à razão

 Uma palpação para o comportamento…
um lugar para o amor no coração…
uma oração no isolamento…
o refúgio numa viajem
mudando de seres e de paisagem.

/E de beleza irmãmente estética?/
Um ente de feição angélica…
a modificação do conhecido
a sofisticação do aborrecido
não sei…
que agonia…

É daquela claridade deserta
cores que o discernimento cega
daquelas que a solidão aperta!
Que por serem repentinos
nem por isso deixam de ser um só.

Noutros Solitários somente vivos…
de corpos envoltos em pó.

/Sozinha minha alma/
/no aconchego da minha palma/

Situação de passagem numa salva
com indiferença da companhia,
passam invisíveis à minha graça
sem que veja confins de maré vazia
 ou olhos que vêem… que retrata?

Tudo passa porque há desinteresse
há marasmo dos instantes
rotina de tantas vezes…
descongelando sangues…
uma apatia dos momentos
um impasse nos entroncamentos…

Não sei…
que agonia…
pareço a léguas dos sonhos
pesados como nuvens de chumbo
nublados como visões cegas…

Não estou a falar de mim profundo
da imposta amizade dos corvos
nem do silêncio das esperas…

 Absorvo o estorvo do sentir inimigo
qualquer coisa que não sinto parecida
falta-me essa coisa que não consigo!
Suster a meditação inválida da vida.

Não ser nada, nem a imagem da sombra
outra coisa doutra coisa pouca
não morre, se de frente se afronta. 

/Até a morte se esconde… poisa. /
... de tanto fixar sem lei
olhar ausente sem hipocrisia....
Não sei…
que agonia…