sábado, 4 de janeiro de 2014

DISCURSO DA NOITE SEMI-NEGRA






DISCURSO DA NOITE PESTE-NEGRA


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Que importa?  Chegaste.
/Em Abril, branco pueril, imagina! /

Lá fora, tudo como sempre.
/Cai neve derretida. /
Fácil… conforme és quente.

/No silêncio de ambos passa a chuva…/
Amparada, pões-te à parte.
/ E só me lembro de amar uma miúda. /

Tens medo de misturar
tantas voltas de fulgor,
tens pavor de cair no mar,
com tontas cruzes de amor.
Já nem lágrimas arrefeces.

Palavras frouxas de espinhos
quase cravos vivos caindo leves.
Estrelas que lembram adivinhos.
/Conheço esse vazio/
Tu aí, eu aqui, e todas as espécies,
/Cumplicidade, erro contido…/
e sem teu mundo amanheces.

/Não é triste viver o silêncio? /
Proteção, carinho, acomodação…

/O bater dum tic-tac lento/
A moleza que vai no coração…

/A angústia palpitante do sonho/
Pode ser desabitado, bem seguro.

/O sangue da tua vida, e um amor oco…/
Mas onde está o amor do teu mundo?