Olá.
Meu rosto tem
uma fisionomia de longevidade, derivada de uma anatomia magra, que não deixa
encher as cavidades, nem tão pouco mudar de peso, por isso, o retrato de uma
menina que não mudou de idade.
Meus lábios têm
alguma consistência, carnudos na sua polivalência, parecem recheados de desejos
à espera de ser libertos da beleza.
Tenho cabelos
escuros, por vezes curtos outros fartos, uns olhos de veludo, expressivos,
ondulados pelo balanço do olhar, sedutores quando, dirigidos com o à-vontade e
a cumplicidade do meu sorriso, e embora não tenha interesse algum de dominar ou
estimular alguém, não consigo evitar de ser eu mesma, na minha forma de
olhar.
Também, isso
não me preocupa, estou muito bem acompanhada, a minha família é a minha vida, e
o meu companheiro, deus do lar.
Sou uma força
da natureza, e o meu segredo, o silêncio.
Sou muito
pequena no tamanho, mas enorme no recolher, o guardar de um peso, o amar com a
certeza, e muito poucos sabem, que o poder das minhas entranhas só a mim diz
respeito… mas tenho muito medo. Sou uma boa mãe e os frutos do meu sangue, são
a minha razão de viver.
Bem…
neste momento exacto, estava concentrada, e para não pensarem que não é
verdade, eu até estava de pé… pensando… vocês querem saber?
Mas eu não
posso dizer.
Posso divagar
um pouco, como se estivesse nas nuvens, com o calor do recinto, estava pensando
com amor, nos ardores que as minhas faces têm, quentinha com a camisa
branquinha, sem nódoas de cor; pensava nos amigos e nas amigas, naquela noite
de jantar e confraternização, pensava que o mundo andava à minha roda, girava
numa corrida e não podia parar.
Se sentasse de
repente caía, tinha de ser com conta, peso e medida.
Não
acreditam?
Vou dizer a
verdade, não é nada de especial… pedi para me tirarem esta foto, porque no fim
de um jantar, já bem cheiinha, ponho-me de pé, de olhos fechados, para me
concentrar… é que eu gosto de REZAR pedindo a Deus por mais uma noite divina,
suculenta, pedindo ao Deus Baco, que reparta com amor os vapores eternos dos
deuses por todos vocês, como repartiu por mim.
Meu nome é…
Tina.
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