/EM OLIVEIRA DE AZEMEIS/
GARRAFA
DE CHOCOLATE
Não sei
porquê… guardo na memória a imagem duma torre com um relógio que me faz lembrar
o “Clock Tower” presente, torre com uma parede amarela de cimento e areia,
pintada de fresco recentemente, fazendo lembrar um edifício alto, estreito e
fortificado como uma fortaleza, embora tantos anos passados não saiba se foi
sonho ou realidade ou sonho na realidade… /castelos, damas e cavaleiros de
armas./
Ruas largas onde se podia andar à vontade cheia de árvores, porque passava um motor com rodas pesadas, uma pasteleira ou uma carroça de carga atulhada, numa outra dimensão numa rua fantasma com um banco sozinho.
Ruas largas onde se podia andar à vontade cheia de árvores, porque passava um motor com rodas pesadas, uma pasteleira ou uma carroça de carga atulhada, numa outra dimensão numa rua fantasma com um banco sozinho.
Não sei
porquê… talvez, porque no sítio onde morava, descia umas escadas de pedra com
degraus certos e os muros de lados coloridos bonitos, descendo direitos em
ziguezagues na vertical, e ao fundo virando para o passeio da esquerda, eu
seguia em frente de mão dada à leitaria da esquina, para beber minha garrafa de
chocolate que eu tanto gostava e da impaciência que levava, mal podia esperar o
momento.
Não sei
porquê… ao sair, lembro-me apenas da rua larga, as mãos quentes de minha mãe, o
sol e o sabor fresco do chocolate…
E isto foi realidade, por minha única vontade alterada no tempo, porque agora ao beber outra garrafa de chocolate, recordo o tempo certo na leitaria da rua larga, do tempo antigo que eram tempos do tempo agora moderno, do último dia sempre o primeiro.
E isto foi realidade, por minha única vontade alterada no tempo, porque agora ao beber outra garrafa de chocolate, recordo o tempo certo na leitaria da rua larga, do tempo antigo que eram tempos do tempo agora moderno, do último dia sempre o primeiro.
Não sei
porquê… foram poucos meses passados com a minha idade pequena, muita coisa não
deu para recordar, talvez se um dia lá voltar…
Por enquanto, metade é sonhar na realidade doutros sonhos, outra metade é viver no âmago da minha essência, da pureza de meus sentimentos, e outros são inteiros fora de alma, partes incertas de fracas paragens quando me vou daqui embora, e regresso a mim, àquilo que sou, ao meu íntimo como um feto em gestação, ao lugar que mais gosto, à minha posição… ao bater do sentir meu coração.
Por enquanto, metade é sonhar na realidade doutros sonhos, outra metade é viver no âmago da minha essência, da pureza de meus sentimentos, e outros são inteiros fora de alma, partes incertas de fracas paragens quando me vou daqui embora, e regresso a mim, àquilo que sou, ao meu íntimo como um feto em gestação, ao lugar que mais gosto, à minha posição… ao bater do sentir meu coração.
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