segunda-feira, 7 de agosto de 2017

NÃO-À-GUERRA







NÃO-À-GUERRA





Tudo quando nasce
tem um cognome nominal.

Este nasceu" d’algo, pasme-se…
sem paz horizontal.
Permanece como se visse…
qual soldado desconhecido?
Todo o mundo existe!
E não sabe que é vivo.
 
Não sei que diga
nem que fale.

Por mais que cale?
Está à vista.
Não sei que diga
Nem o que faz mal.

Se entra na minha vida?
Que vida é afinal?
 
Não sei como diga…
importância gestual?
Palavra efusiva!

Pena capital.





/Vitor/













sábado, 1 de julho de 2017

ELA ERA FELIZ ASSIM, COM OS DOIS…


(Tem  6 partes, quase 300 páginas, 
e se quiser ler /conhecer-me/
está aqui no ano 2013, de Junho
a Novembro.)
De “Confidências de um Livro”





ELA ERA FELIZ ASSIM,
COM OS DOIS…




Numa noite de verão junto ao mar, Maria confessava seu incondicional amor a Silva de cabelos loiros, depois de seis meses de sexo ardente e promessas de vida a dois…
- Ó Silva, como eu te amo! Sem ti, não saberia viver! Morreria se me deixasses…
Silva, entretanto, foi à sua terra natal, prometendo voltar o mais depressa possível entre beijos e juras de amante.  

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Uns dias depois, o pai de Maria, convidou sua irmã também casada a passar o fim de semana na casa da praia, a qual tinha um filho morenado de nome João, primo de sua filha.
Como já não se viam há uns anos… escusado será dizer, agora feitos homem e mulher, que se entenderam às mil maravilhas.
Na praia, João chegou a pegar na Maria ao colo, que encarnada que nem um tomate, ao sentir aquela protuberância enorme junto à nádega direita… conseguiu dizer baixinho e com voz rouca de excitação:
- Ó primo… eu tenho namorado e não parece nada bem que…
Mas João, relaxado de ideias fisicamente não foi de modas, e lançou a prima à água… que ao mergulhar entre o vai e o vem da água, se puseram os dois a chapinhar entre gritos de uma e sorrisos do outro…
Mais tarde, repousados na areia em cima das toalhas de banho, conversavam descontraidamente, mas Maria não conseguia tirar os olhos dos calções do primo… e em pensamentos dizia para si mesma… «Deus! É grande!...» 

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E com medo de pecar, pois era muito religiosa, dizia para si mesma… «Ó meu Pai do Céu! Perdoa-me, eu quis dizer, Deus é Grande!»
À noite… extremamente quente, depois de saírem da discoteca às três horas da madrugada, chegaram a casa onde todo o mundo dormia… ouvindo-se o leve ressonar de um dos pais, e o ronco forte de outro que fumava dois maços de tabaco por dia…
E estando os dois bem sintonizados como uma orquestra, um parecia um violino de vento, o outro um tambor de metralhadora… ao lado dele, a esposa (mãe de João) dormia com algodão nos ouvidos ferrados a chumbo.  
Parecia um anjo de lambreta, tal era a serenidade estampada no rosto…  em contraste com o chiqueiro do motor bárbaro do marido.
Ao passarem pelos quartos, e ouvindo aquela sinfonia, soltaram baixinho uns incontidos risos, pois o caso não era para menos.
Beijando-se nas faces como respeitosos primos, desejaram ambos a felicitação de uma boa noite… e foram-se deitar. 

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Maria dava voltas e mais voltas na cama com aquela imagem do enchumaço vincado na memória.
E sem conseguir dormir há mais de uma hora, resolveu ir à sala tomar comprimido para insónia…
 Ao passar pelo quarto do primo, arregalou os olhos de espanto ao espreitar pela frincha da porta levemente entreaberta, o corpo do João todo nu em cima da cama, que dormia descansado com aquele coiso enorme descaído para uma das pernas…
Hipnotizada, estava ela meio agachada, que bateu com a fronte na maçaneta da porta, não evitando um grito de dor, pisando com um pé o outro chinelo que a fez rebolar com a cara mesmo em frente do dito cujo… e dos olhos de surpresa do primo, que acordara e se assentara na cama em sobressalto com o ruído.
Maria esfregava a testa cheia de dores e uma perna dorida também, enquanto punha um dedo na boca, como para imitar silêncio absoluto. 

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João que olhava divertido para todo aquele aparato, ao ver a camisa de dormir aberta até à barriga…  e entre as pernas de Maria aquele ouriceiro matagal… tentou ajudar a prima acariciando o interior das coxas para aliviar o sofrimento momentâneo, enquanto sentia o crescer do excitamento e o aperto da mão dela desviar-lhe o coiso para o lado, tal era o comprimento do desgraçado… e os olhares de ambos vidrados nos respectivos adereços prestes a turvarem-se…
Nesta altura, com a temperatura que ia lá fora e lá dentro dos dois corpos, o sangue fervia como um vulcão, e como tal rebentou com a tesão do calor, embrenhando-se os dois corpos num frenesim de apalpões, beijos de línguas, de clitóris e do quente membro explosivo como dinamite.
Depois a penetração, a dor e o prazer, a repetição… e o êxtase de Maria, seis vezes em três horas, seguido dum suspiro concentrado.
No final, já nem pensava no seu namorado Silva… e até dizia ao seu Primo João, que ele era o homem da sua vida.
Ele, por sua vez ficara feliz da Silva, porque tinha uma paixão avassaladora pela prima, e lhe jurara fidelidade eterna. 

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É claro que, Maria não podia viver sem o Silva porque o amava como se amam as estrelas, e era um sentimento tão belo como o amor… assim lhe confessara ela.
Mas o João era o homem da sua vida… porque lhe inundava o ser com prazeres lascivos, abrindo o interior a novas medidas de comprimento, ainda que rebentasse as paredes do seu mundo com ecos de sons infinitos na parte mais voluptuosa da sua alma.
Ou seja, o Silva era a parte estética do amor, que despertava em Maria a parte mais romântica… e João o lado mais sexual do prazer e que a completava em todos sentidos, ainda que os perdesse… ela era feliz assim, com os dois… que fazer?
Todos nós sabemos.
E embora seja assim, há sempre um que não sabe…




De "Confidências De Um Livro"
Publicado aqui de Junho a Novembro
no Ano de 2013














quinta-feira, 1 de junho de 2017

A FALTA DOS VINTE CENTRIMETROS

(Tem  6 partes, quase 300 páginas, 
e se quiser ler /conhecer-me/
está aqui no ano 2013, de Junho
a Novembro.)
De “Confidências de um Livro”








A FALTA DOS VINTE CENTÍMETROS




Perfection Of The Twins, era uma Academia Americana repleta dos maiores cientistas que havia no mundo, comandada pelo Presidente e Fundador Albert Twin, também ele um gémeo.
Há muitos anos que se faziam experiências com animais, para aperfeiçoar espécies totalmente iguais na sua forma e sem nenhum defeito visível aos olhos da humanidade.
Primeiro, tentou-se estudar in vítreo uma célula animal dividida em duas metades que criassem dois seres perfeitos e similares. Depois de se obterem resultados prometedores, e quando se pensava estar no caminho certo, revelou-se um fracasso passados algum tempo, porque um deles envelhecia tão depressa que não era possível evitar uma morte tão triste e doentia.
Passou-se a uma nova fase, e construiu-se uma máquina fantasticamente computorizada Birth System, onde era colocado um animal (rato) em estado adulto, ligado por tubos respiratórios em sistema de vida transitória, alimentado com fluidos líquidos ricos em sais de algas vermelhas, denominadas ágar-ágar, muito usadas em microbiologia estudando os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos.

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E no compartimento ao lado, com ajuda computorizada da Birth System era encontrada uma plataforma da molécula do DNA, nascendo rapidamente tanto quanto é possível dizer num ciclo de doze meses uma cópia do ser animal que se pretendia.
Bateu-se palmas, houve abraços e até assobios de contentamento. Albert conseguiu exclamar:
- Incrível! Nasceu um novo Deus da Criação!
Mas novamente ao fim de alguns meses, o clone animal de reprodução assexuada, inexplicavelmente dentro da gaiola de vidro se contorceu com olhitos exorbitantes, espumando pela boca e batendo com a cabecita por tudo quanto era sítio, acabando num estertor arrepiante, finando-se.
Feita a autópsia, chegou-se à conclusão que o animal sucumbira devido às fortes dores do tumor cerebral, denominadas metástases, provocado pelo crescimento anormal de células no seu processo de crescimento acelerado.

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Charles Twin irmão de Albert, também ele Administrador e cientista mais antigo de Perfection Of The Twins, direcionava suas adiantadas pesquisas em genética (ciência dos genes), para que fosse encontrado um agente celular que corrigisse as desigualdades na idade adulta dos homens ou mulheres gémeas, com um fator matemático que contivesse uma fórmula precisa e inabalável.
Uma fórmula destas normalmente é resolvida por um computador, face à grande quantidade de cálculos envolvidos. Caberá normalmente ao biólogo Charles, informar no programa de cálculo, quais são os valores da tabela e a resposta sairá para ele numa fração de segundos.
Neste caso, serão Axiomas Lógicos as fórmulas em uma linguagem que é universalmente válida, ou seja, são fórmulas construídas com o Axioma de Igualdade, onde idêntico é ser outro, mas igual ao mesmo ser, com a única diferença apenas nas impressões digitais.
Na questão ele quer saber a probabilidade do Individuo A ter o mesmo genótipo do Individuo B.
Ou seja se o individuo A tem o genótipo de 100% mesmo peso de órgãos e carne. Qual a probabilidade de o individuo B (gémeo) ter 100 % mesmo peso de órgãos e carne?
… 99, 9999999% depois dos estudos efetuados por Charles, com uma insignificante probabilidade de erro.

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Essa célula extraída do sangue, continha informação genética no seu cromossoma, que era retirada da parte do corpo que se pretendia ficasse perfeita milimetricamente igual à do seu irmão gémeo, sofrendo uma mutação de linhagem germinativa, passando ao seu descendente uma específica e controlada hipermutação com reparo do DNA, e defesa do sistema imunológico para toda a vida, tudo isto num prazo mágico de três meses.
Retirando ilações das duas experiencias falhadas anteriormente pelos seus colegas cientistas, Charles nada disse até comprovar varias vezes com sucesso em ratos de laboratório a sua fantástica descoberta.
Com o microscópio electrónico, ampliava através de computador a imagem numa escala métrica ao pormenor, a parte do corpo que queria corrigir, e verificou estudando profundamente que não só obtinha os resultados pretendidos, como ainda curava qualquer disfunção celular, o que era para a ciência a maior descoberta de todos os tempos, e um passo gigantesco para a humanidade na cura para muitas doenças como o Alzheimer, Síndrome da imunodeficiência adquirida (Sida), e Cancro.
Antevia-se proezas nunca imaginadas, e riquezas consagradas, mas…


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Albert Twin, encontrava-se sentado à sua secretária perdido no labirinto dos seus pensamentos, bebericando um copo meio de uísque, quando nem sequer tinha soado a primeira badalada das onze horas da manhã…
Seu rosto pálido com cabelos em desalinho, demonstrava não só noites perdidas como um desespero cadavérico, pois sua Academia Perfection Of The Twins redundara num fracasso total, ainda que seus cientistas trabalhassem afincadamente sem descanso e sem resultados para a utopia Twins.
Sem tocar no comunicador de voz, Charles abriu inesperadamente a porta do gabinete do irmão com um largo sorriso no rosto… dizendo euforicamente:
- Estamos salvos Albert!
Foi uma grande surpresa e de seguida uma enorme alegria, depois de ouvir as explicações plausíveis de Charles.
Albert, embora não fosse biólogo, tinha conhecimentos suficientes sobre a regeneração de tecidos humanos, o esqueleto ósseo, e a controvérsia profunda envolvendo o estudo da génese.

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Mas Charles tinha guardado a última surpresa no fim do seu discurso, proferindo estas palavras solenemente:
- Meu querido Albert, não tendo dúvidas sobre o sucesso da minha invenção, e visando o teu total apoio, queria pedir-te junto comigo para sermos as primeiras cobaias humanas da minha experiência. Sendo nós próprios gémeos idênticos, que melhor prova poderíamos dar ao mundo da nossa enorme certeza e coragem?
Albert confiava cegamente no irmão, e tendo o panorama anterior descambado em desilusões pondo em perigo a sobrevivência da Academia Perfection Of The Twins, nem hesitou aceitar o pedido, dispondo-se prontamente a concretizar a fantástica descoberta do século XXII jamais alguma vez imaginada… e nem pôs em si mesmo a dúvida, tal era o desejo obtuso da sua concretização.
Antes, Charles queria que ambos os corpos fossem examinados ao pormenor, para visionar as discrepâncias existentes numa lista com ordem aleatória, sendo Albert a cópia do gémeo Charles Twin.
Feitas as partes a corrigir por computador numa escala numérica, cedo se chegou à conclusão óbvia de que os pontos imperfeitos eram mínimos, mas a quantidade razoavelmente substancial.

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A lista continha diferenças que deviam ser feitas apenas no corpo de Albert, rezando assim: protuberâncias nariz – 2/1,5 mm; faces lombares – 3/3 mm; glóbulos orelhas, emagrecimento 1,9/1,8 mm; lábio inferior menos 0,3 mm; altura mamilo direito 1 mm; diâmetro umbigo menos 0,09 mm; perna esquerda altura mais 5 mm; osso joelho direito 0,5 mm; intestino delgado 7 mm; pulmão direito menos 2 mm; fígado 0,1 mm; coração 0,2 mm;
Feitos estes cálculos, extraindo a célula do sangue em cada ponto mencionado, a tal mutação de linhagem dos genes era inspecionada por hipermutação aperfeiçoando o DNA com uma injeção local em quantidades precisas por máquina computorizada, atuando no final de três meses como tempo de duração.
Por último, havia ainda uma parte melindrosa do corpo guardada para o fim, por ser particular e complexa – o pénis de Albert no seu estado normal media menos 20 mm (2 cm) que o do seu irmão.
Sendo adeptos do nudismo, não tiveram dificuldade em medirem os seus mais que tudo da seguinte forma:
Pénis Charles, normal 140 mm (14 cm); cabeça 30 mm (3cm).
Pénis Albert, normal 120 mm (12 cm); cabeça 28 mm (2,8 cm).
Pénis Charles, ereção 220 mm (22 cm); sem prepúcio 31 mm (3,1 cm).
Pénis Albert, ereção 200 mm (20 cm); sem prepúcio 29 mm (2,9 cm).

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Exercida a última correção, a perfeição aqui era aumentar os dois centímetros que faltava a Albert, e o prepúcio e a cabecinha ficariam no tamanho exacto do irmão.
Claro, que o corpo de Charles tomado como padrão gémeo, não era sujeito a nenhuma intervenção.
Albert concordou submeter seu corpo às mudanças necessárias para o êxito daquela missão, que se diga… estava muito confiante e divertido pelo aumento da sua gaita.
Bastaria esperar pelos três meses, e mostrar ao mundo quão perfeita era aquela descoberta, ao tornar dois irmãos gémeos tão idênticos, que parecia existir um só.
E os meses foram passando.
Ao mesmo tempo eram realizados exames e medições e tudo se conjugava como estava previsto.

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E chegando ao fim dos três meses, houve uma euforia geral pelo grande sucesso da transformação prevista.
A notícia correu o mundo, e a Academia Perfection Of The Twins tornou-se famosa de tal maneira, que os gémeos de todos os Continentes, faziam marcações com antecedência a preços que só estavam ao nível dos ricos milionários.
Entretanto, todos os cientistas seguiam as normas de Charles, transformando os corpos gémeos na perfeição de Deus, com pedidos difíceis de concretizar nos próximos anos… tal era a quantidade da oferta e procura.
Charles andava intrigado com o seu irmão. Fechava-se muitas vezes no gabinete, e quando saía, seu semblante era uma sombra tristemente inexpressiva, não demonstrando nenhum contentamento pelo sucesso das mutações no seu corpo, nem das críticas beneméritas dos media.
Resolveu esclarecer o assunto naquela manhã de nevoeiro, entrando no seu gabinete como tantas vezes fazia sem aviso… e sem rodeios perguntou:
  
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- Meu querido Albert, agora que tudo está devidamente organizado, correndo tudo há mais de um ano conforme previ, e sendo nós os gémeos mais ricos do planeta… queres contar-me o que te preocupa… tens algum problema que te põe nesse estado irreconhecível?
- Tenho Charles. Mary minha esposa, deixou-me…
- Albert… desconhecia...
- Não, não me interrompas Charles, porque quero deitar tudo cá para fora, senão rebento!
Mary, minha esposa, deixou-me. E eu… sinto a falta dela...
E o caso é muito simples.
As mutações empregadas nas partes corporais correspondentes na transformação dos genes, obedecem rigorosamente aos cálculos exercidos com base nos teus estudos.
E o gene correspondente, extraído da tua célula de sangue e aplicado na minha parte mais sensível… acertou em cheio na medida de comprimento sem errar um milionésimo do milímetro. 


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O aumento de dois centímetros para igualar catorze centímetros do teu pénis no estado normal, não poderia ser mais rigoroso. É que a minha erecção mantém-se igualmente com catorze centímetros, precisão fantástica da tua inigualável descoberta.
Agora meu querido Charles, o que me preocupa?
Eu sinto a falta da minha companheira Mary…
Mary, sente a falta da erecção… dos meus antigos vinte centímetros de pénis. 



De “Confidências de um Livro”