terça-feira, 4 de março de 2014

SEM DENODO






SEM DENODO




Pensei que eras tu
o  espaldar do corpo
alma sofrida…
o sinal do conforto
a condiscípula da vida.

Pensei que eras tu
plangência diabólica,
misérrimo vodu
parábola incómoda…
perdido passo no mundo
orneio que não busco.

Pensei que eras tu…
e novo remoçado padecimento
acoitou afligido bruxo,
quedou no murmurar do espavento
desgrenhado espírito que aturdo.

Pensei que eras tu
engano insólito,
escusa fraco modo.
Sou eu, patético muco.





















terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O OUTRO NÃO É VERDADEIRAMENTE





O OUTRO NÃO É VERDADEIRAMENTE





Não adianta ter a certeza
não é efetivamente…

O desejo treme sem firmeza
o outro lado não sente…

O trilho segue deserto

Não é proveitoso forçar
não basta antes de amar…
tudo cai misérrimo.

Não chega tanta exatidão
não é desespero realmente…

A vontade titubeia a cerca
e amor sem paixão?

Não aproxima tanta pena
ninguém cede…

Um sente perdidamente
o outro não é verdadeiramente…

Acontece.




















sábado, 4 de janeiro de 2014

DISCURSO DA NOITE SEMI-NEGRA






DISCURSO DA NOITE PESTE-NEGRA


~




Que importa?  Chegaste.
/Em Abril, branco pueril, imagina! /

Lá fora, tudo como sempre.
/Cai neve derretida. /
Fácil… conforme és quente.

/No silêncio de ambos passa a chuva…/
Amparada, pões-te à parte.
/ E só me lembro de amar uma miúda. /

Tens medo de misturar
tantas voltas de fulgor,
tens pavor de cair no mar,
com tontas cruzes de amor.
Já nem lágrimas arrefeces.

Palavras frouxas de espinhos
quase cravos vivos caindo leves.
Estrelas que lembram adivinhos.
/Conheço esse vazio/
Tu aí, eu aqui, e todas as espécies,
/Cumplicidade, erro contido…/
e sem teu mundo amanheces.

/Não é triste viver o silêncio? /
Proteção, carinho, acomodação…

/O bater dum tic-tac lento/
A moleza que vai no coração…

/A angústia palpitante do sonho/
Pode ser desabitado, bem seguro.

/O sangue da tua vida, e um amor oco…/
Mas onde está o amor do teu mundo?