quarta-feira, 11 de junho de 2008

MEU ARMÁRIO





MEU ARMÁRIO





Tenho um armário e uns segredos
numas prateleiras com gavetos,
gaivas impolutas cheias de magia
com histórias unas de todos os dias.

Dividindo as gavetas em filas
vários compartimentos em fiadas
e os resguardos ornados com fitas
esconderijos de almas amadas.

Guardo no armário recordações.
Numa gaveta, laços, a família,
em retratos de puras emoções
com afecto repletos de estima.

Numa gaiva, leiga amizade.
Dentro, o arco-íris do amor
uma luz que sai da cavidade,
fresta de esperança multicor.

Há um lado que nunca abro
que encerra miséria e dores,
uma orbe negra, sujo oxidado,
arcaico, mirro, e sem amores.

Na última mágica fileira
lugar de meus mistérios,
desejos de minha esteira,
guardo sonhos de impérios.

Uma caixinha de meigos segredos
em paralelas gastas dimensões,
refúgios pessoais de meus medos,
ocultas chamas de meus corações.

Meu armário, são filas de estrelas.
Umas cintilantes, outras somenos.
Mas guardo-o aqui dentro… mecenas
do meu amor, arrecadado no tempo.


















domingo, 11 de maio de 2008

TRANSLAÇÃO





TRANSLAÇÃO





Candeeiro de prata
circulando...

O rodopio do fio
é um mundo imaginado
como um rolo
desenrolando passa...
sai o filamento
que puxa a existência do globo.

Quebrando a fiada
  a bola de tecer
é o molde final do orbe caótico…
 Em cima duma bola
nado circulo existencial.

Transformando arrasta
toda a linha da humanidade
sob qualquer forma...



















sexta-feira, 11 de abril de 2008

TUMBA EM MÃO DE COLHER





TUMBA EM MÃO DE COLHER




Sair e voltar, uma mesma partida,
sem ter onde ir, o ir deixar acontecer
vai prometer… não vai fugir. 

P’ra onde for… o abalar porfia
sem ter de cor encontros existentes,
haverá ausente, se conseguir. 

Ir… sem ter onde ir como o advir,
vir, e sempre a correr sem parar;
se no trilho da escuridão encontrar
espectro em diapasão no partir.

Enquanto sucedâneo uma vez…

Impossível comandando não seguir
tanta folha bíblica ser como Ele fez…? 

Tentar sentir, a quem não mente,
deixar esculpir mármore refulgente.