sexta-feira, 11 de abril de 2008

TUMBA EM MÃO DE COLHER





TUMBA EM MÃO DE COLHER




Sair e voltar, uma mesma partida,
sem ter onde ir, o ir deixar acontecer
vai prometer… não vai fugir. 

P’ra onde for… o abalar porfia
sem ter de cor encontros existentes,
haverá ausente, se conseguir. 

Ir… sem ter onde ir como o advir,
vir, e sempre a correr sem parar;
se no trilho da escuridão encontrar
espectro em diapasão no partir.

Enquanto sucedâneo uma vez…

Impossível comandando não seguir
tanta folha bíblica ser como Ele fez…? 

Tentar sentir, a quem não mente,
deixar esculpir mármore refulgente.



















terça-feira, 11 de março de 2008

PESADELO






PESADELO




Atingir o impensável cume…
a meta do reflexo instável

A acidez cada vez mais amável
a ficção de altitude

Inatingível uso da sensação
que se encontra no cimo
sei que é dele que preciso...
depois não sei qual a razão.

Subo por um fio, coisa finíssima
não compreendo esta subida…
medo do esgoto quebradiço

Agarro insistente tenaz
estou quase lá…
mas ainda não consigo.

Falta o espaço mínimo

e quando atinjo…
estou outra vez lá atrás…

Por entre devaneios sonho.
O chão que piso está solto.

Em queda pelo abismo
caio caindo num vazio…

E nunca mais acaba, sinto
aflito, contradigo pensamento
a visão geral do tormento

E sucessivamente transpiro
dum louco alívio…

Acordo, suspiro.