terça-feira, 10 de maio de 2005

ESPÍRITO







ESPÍRITO



Este é - Talvez “Espírito”
ser em que mais acredito.

Em vez do Deus Dele
talvez o que está escrito.

Entende-se melhor muitas coisas
não se sabe quando?

É um quando vai e vem poder
entidade que vai do olhar…
Dom que vem por não se querer.

Quem é vivo
que não vive
 por não saber viver...
Jamais poderá querer
que a vida que viveu
o possa tornar de novo vivo.

Assim que o corpo
pega a vida
nasce nascendo…

Assim…
A coisa mais certa ao apagar-se

É partir ao morrer
findar de viver

Ao morrer vivendo.




















terça-feira, 12 de abril de 2005

ARCANJOS






ARCANJOS






Arcanjo, mensageiro celestial, luz divinal chama, um não sei quê de super-homem... um tal anjo não tem nada de lobisomem, não é mortal, nem mata quem ama.
O rufiar de suas asas batida, assoberba todo o templo da divindade, e se parece com som de vozeada população, sob forma humana parecida, um belo arremedo de humildade, inata sabedoria, livre de toda contaminação exímia. 

Em vez de capa, uns poderes imortais, leme que o vento leva na asa, naturalizáveis e invisíveis em posições tais… desejo de cobrir com um manto o Universo da gente, protegendo o globo insano, trazer com voar guerreiro imponente, consumindo o mar em revoluções na areia do deserto quente, espalhar o sal transformado na fórmula fugaz à mesa das nações, apagar a guerra com a paz.

Tudo que vai para além da existência, por ser uma pedra ressequida, jamais receio algum pode causar emoções, será incessantemente louco não ter receio de assombrações… sempre um embate do “enter” voando com asas de vestimentas brancas arremessando fogo, com uma implacável espada, solta na impulsão da estocada.

Milagreira alva transparência, exangue cor sangue de coração, daqueles que dirigem o refúgio duma outra presença com a mão numa coroa e um ceptro, no juízo derradeiro duma imaculada “sui géneris” actuação, nos ensinam a ser criaturas como os anjos, tal e qual uma igual espécie de santos, intempérie camuflada de bonança, pretexto singular que não cansa…



















sábado, 12 de março de 2005

SERES IMPERFEITOS





 
SERES IMPERFEITOS






Tudo que é bem negro… é como carvão transparente, não é bom agouro de tão preto, tão destruída semente, mau presságio… donde virá tal adágio?
Os passos que pairam no ar, ruins na passagem, não se convencem da partida. Agem, discutem, querem permanecer, mas têm de recolher teimosos à margem da atividade, entre o limiar do que é bestialidade e a prisão do espaço ocupado, permanecendo num círculo infernal, num raio determinado.

Duplo não vivente dos lados, se esconde quem está acompanhado, fecha a cortina da janela… sai do profundo da caverna, rasga eternamente os espaços, vem das trevas loucamente secreto em agitado movimento… rasgado fundo do inferno.
Pretendem sair da penumbra inquieta, quietos à luz sol da lua à sua espera, debaixo de um guarda-chuva, como aguarela diluída numa pintura.

Tencionam deixar a escuridão, na qual foram criados, mas não estão acostumados, por se misturarem disfarçados como vultos da invenção… coisas suas tenebrosas…sombrios dentro e por fora, zunindo entre manchas voadoras - Tsé-Tsé de asas brancas como moscas… discutindo sonos por entre escuras vassouras, hibernando nos labirintos de esgotos em sujas chaminés pecaminosamente imundos. 

Vivos quando alguém repara… seus círculos e sons terrivelmente esquisitos, sem braços nem semblante, com vestes ao vento como fantasmas escuros, aflitos, e no lugar que serão olhos… mundos malditos.