domingo, 25 de maio de 1997

DE MIM


MOSCAVIDE




Eu, sou gémeo que me invento
“Eu”, sou balança de corpo isento
Um e outro irmão, sou omnipresente…
Sou eu, e "eu" não sou quem de mim sente.




DE MIM





Porque acordo neste envoltório, amando outro corpo
oferecido e não estranho? 
Que antes de ter sido, foi ser o que foi… e sou, 
sobrenome dum irmão germano.

Matéria inocente, me tornei parte aquém de Odin
estereotipia de mim… 


Sentindo que era, donde sem saber, donde?
Solta quimera  por onde o mundo fôra... livre sim.

















sexta-feira, 25 de abril de 1997

DE… MEU IRMÃO






Meu irmão nasceu dois anos antes de mim
com o mesmo nome que eu tenho e faleceu
com três meses por doença.



DE… MEU IRMÃO

 

Às vezes sonho com ele.

Pressinto o eco pingo de uma gota d’água, 
lusco-fusco de um fosco baço, 

um pisco pisca num espelho sem forma definida, 

um treme-treme arco-íris numa alma colorida, 

fantasma da minha fantasia, peão de meus passos.





















terça-feira, 4 de março de 1997

DE MEU IRMÃO






Meu irmão nasceu dois anos antes de mim
com o mesmo nome que eu tenho e faleceu
com três meses por doença.




DE MEU IRMÃO









Que missão pode um ser desempenhar neste mundo imenso… Deus chega, é suficiente razão? 
Partir numa tão breve passagem, voltar em tão curto espaço de tempo ou há algo mais verdadeiro… tem explicação? 

Que ser é este…palpita e não cede a existência? 

Porque gosta tanto assim de sentir o tinir que o faz sentir vivo, ou os laços que unem o mesmo espírito como gémeos verdadeiros existentes na mesma pele do pensamento… o que dá força imortal para ser nas duas partes da gente, ou serão dois irmãos parecidos  num só mundo dividido… qual deles o mais real? 

Que faz viver entre a noite e o dia solitário, sem claridade nem escuridão, perfeitos na ligação, senão o vazio ou a liberdade do sentir sem ninguém a seu lado…?

Únicos, estão unidos como a composição da rocha, sem declives nem desgaste, incompletos na formação de um sem outro.
Juntos podem sobreviver numa parte fora d’outra…
Mas se um cessa, o outro morre, deixam de ser um par, duas almas num corpo…um só envolto.