segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A IGNORÂNCIA DO SABER







A IGNORÂNCIA DO SABER




Se a carapuça lhe serve
e você se reconhece…
Deixou de ser burro
passou a ser do mundo.
Sabe ser colega
limpou toda a merda.







Não quero ser confundido com imaginação dos sonhos, breves passagens por entre escombros… ou de coisas mal interpretadas, mesmo que espante a vaidade das almas, ou segredos desvelados que são tão evidentes e que partilho com as gentes de quem não espero nada.
Porque isto da escrita, não é nada fácil de entender.
Que o diga alguém que já tenha experimentado ler o que escrevo… comentando:
- Como tu fazes não consigo…


Pode ser irónico, mas eu digo o mesmo...
Aqueles que deixam obras grandiosas e são mencionados como autores medíocres, só porque não têm um Prémio Nobel, para mim são imortais...
Se a seiva que brota do cérebro com arte incendiando o coração de todo o mundo, sentindo na nossa carne um pedaço do pensamento como se fora palpitantes paixões de alma, atravessando lugares da Terra às mais distantes estrelas querendo viver e morrendo nelas - Esses sentem e fazem sentir, e como esses também eu não consigo... 
Não imitando, nem sequer tento, não seria humano, nada que tenha portento, não seria eu uma realidade do engenho. Eu sei quem sou, o que os outros dizem sair do vento, mas Deus criou para viver como um palaciano.


Não sou quem quero,
sou eu pedaços do destino,
cacos de melancolia sem piso,
à espera do dia tão perto…
a prisão da vida sem préstimo,
só sonho por meta simulando que vivo.
Sei onde fica o lugar que vai dar ao sítio do meu cantinho.


Fervendo por dentro a quente como um vulcão ignorante, broto, mas reconheço falta de talento. Por isso, sigo, invento, transformo, gosto do momento, não desisto.
Ao ser eu, crio uma pessoa ausente que agora nasce na personalidade do meu feitio, diferente de todos mas igual à minha mente, da maneira que fui, que vou indo como sou, dando como testemunho a minha certidão do dia-a-dia, nas palavras que dou, o retrato da minha identidade com toda a alma do meu coração, e o sentimento traçado pela mão escorrendo dos dedos, daquilo que sinto em segredo por entre enredos.



Aquele floreado que dá às palavras um sangue azul bonito que mais parece teatro, torna vistoso o ridículo, sem chama que perdure ou fique na memória dos homens; esses são os falsos doutores que vivem apenas para o momento da vaidade e da falsa ciência.
Que me interessa a sua fama, se o que leio não me impressiona?
Falta a tal chama que desperta o mundo das almas puras onde elas mais dormem.
Não acordam, porque como eu, não perdem tempo com banalidades e imitações dos sentimentos. Não vêm para a praça pública à procura da fama, a qual tapa a visão e dá cegueira à ilusão da arte.


E eu, existo – sou um ser humano.
Não posso dizer que sou imaginação doutros olhos num inconsequente ângulo, que nada têm a ver com duplo sentido… se busco, se resisto. Mesmo sendo desconhecido para a maioria, há sempre um lado apetecido e outro, que se julga compreendido quando o tal lado não existe como o mundo pretendia.
Continuo a ser o mesmo tipo de bata e sapatos, indiferente à crítica normal sobre a minha pessoa, não dando importância ao que os outros pensam, mas ao que sinto, como sou, e não o que os outros querem que eu seja sob a forma deles ser.
Nunca fui imitação do estado de alguém, ainda que possa ficar admirado se alguma coisa me surpreende, porque não espero de quem conheço, moldar-se à forma mais conveniente, atropelando sem apelo o que está mais à mão, sempre.
Embora não consinta, é para isso que existo… que não desminta e não vivo.





Mas ninguém tem culpa de entender o que é não desconhecer, até ao momento que tomamos a aprendizagem do saber.
O que se desconhece não é ignorância, é querer aprender imitando o esperto, aumentando nosso conhecimento com elegância. Nem vamos formular eternamente que é despautério... se ficamos mais inteligentes do cérebro, deixamos de ser nós – se somos o sério de máscara inventada, embora haja um doutor que possa exclamar subitamente:




É pá! Foi aquele gajo o autor?
Tal ignorância… Não pode ser!
É um simples trabalhador…
Operário, quase não sabe ler!



 Vivem a meu lado comigo, na manhã real fugitiva e à noite uma aparição do dia…
E sou eu na realidade submisso, sempre a querer aprender com tudo isto, o que outros dizem conhecer quando estão a mentir…  os gestos, o pouco à vontade no sorrir, comprometidos como doutores espertos,  mas fingidos.


O ego é uma coisa neste caso que se chama para mim, filho da p...…
E a vocação é daquele que é, e nem se lembra que é ele mesmo, porque é natural, sem necessidade de provar sua autenticidade. 
É reconhecido no meio em que vive, e a sociedade não o esquece porque há espontaneidade de parte a parte - Esse é mesmo doutor, e a sua ciência é a sua própria humanidade - dar sem pensar em receber.


Agora…
Vá-se lá saber que raios, coriscos, trambiques, merda de mais com cicuta, cacholas de espicho e que outras merdices, vai na cabeça dos estupores filhos dos doutores!
Aqueles que pensam que são, e não passam de dementes ambulantes... sem arte nem ciência, porque só pensam no nome como a vaidade do laço, fato e sapato.
Mas como há tanta coisa que não sabemos a vida toda, há quem não tenha vergonha e nos chame ignorantes, porque eles se consideram astutos; também não sabem e não passam de burros importantes.
Talvez tenham alguma razão, eles não são incultos, são antes aselhas pior que burros - asnos impressionantes. 




Se acham gente de mais princípios…
De tão pouca humildade parecem inocentes na sua burrice, com orelhas de príncipe ouvindo o zurrar de burro, e homem com focinho de leitão e barriguinha de porco, como se a acção mais importante do momento - a sua vaidade, além de um acto animal fosse um caso natural, nada tivesse a ver com a carne de vaca estragada, o garfo e a faca, os maneirismos no comer, as caretas ou expressões obsoletas, ruminando em silêncio com tromba de elefantes… e mãozinhas de formiga.
Parecem meninos e meninas do coro de fato e lacinho, tecido elástico, vestido prático, se imaginam doutores o tempo todo, empregando palavras que têm pouco significado, mas o que eles sabem, é só aquilo que andaram a estudar a vida toda… meia dúzia de palavras gravadas para citar como maricas em ocasiões de falsa nobreza e hipócrita burguesia.
E bem lá dentro deles, bem fundo, quando a vergonha vem ao de cima, os segredos que eles escondem, são evidentes nas pessoas ao dizerem as mesmas coisas em letras diferentes, e a palavra burro começa a ser sinónimo seu parente ao vir de cima, por quererem ser à força toda, inteligentes.



Santa ignorância daqueles que dizem saber na totalidade a universalidade que é sua fraca ciência de doutor.
É que a inteligência deles é do tamanho de uma formiga, paralisando como um burro carregado sem intelecto, porque não têm conhecimento de nada, a não ser o protótipo da vaidade.
A formiga só leciona de verão, e consegue passar férias todo o inverno porque tem memória de elefante, e  instrução autossuficiente para sobreviver sem precisar de ajuda até morrer.
O doutor tem de trabalhar todas as estações do ano com um cérebro milhões de vezes maior que o da formiga, e é tão dependente da sua profissão até ao fim da sua vida; mas se adoecer e ninguém o ajudar morre de impotência, porque a sua ciência não está ao serviço da sociedade… mas dele.





A cegueira do orgulho deles, é ter a mania que sabem tudo, e não querem que se saiba que são filhos duma mula, porque a mãe deu-lhes a cultura da Alta Sociedade proibindo os sorrisos e usando cara de estátua.
Ser sério é ser apanágio de doutor.
Tanto querem ser, mais parecer do que ser interessantes aselhas, cómicos do cinema burlesco em posições chatas com falinhas de galináceos e plumas de palavras em sintaxes discrepantes, que assaltam de vaidades todos os doutores de canudos comprados aos bacharéis corruptos como eles de ideias baratas.
Pensam que são inteligentes por enganar o mundo inteiro, e são os únicos cegos no mundo. 
Que Burros Importantes!





















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