/Em Tomar, Colégio Nun'Àlvares/
SOZINHO
Aos 11 anos
de idade, no Colégio de Tomar, ouvia os risos que enchiam o pátio de recreio e
sofria dessa dor sem nome de sentir a vida muito mais cedo do que os outros
sentem.
É certo que
lutava para compreender o menino triste, insensível à agitação em torno. Sabia
que tinha medo do rumor que ouvia, mas também tinha medo do silêncio que
devora.
As árvores
dormiam como ilhas perdidas na sombra, e os minutos a passar como asas lançadas
no espaço febril da minha insónia.
A solidão
acorda tão fundo em meu espírito, que a certeza do vazio que demora, preenchida
traz minha tristeza, e logo vem ao meu pensamento que minha liberdade está
perdida.
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