/ NO ENTRONCAMENTO /
ENTRONCAMENTO
É daquelas
coisas…
Não há nada
que me diga do Entroncamento, talvez por lá estar pouco tempo, e como é
conhecida a “terra dos fenómenos” de acordo com relatos populares sobre eventos
curiosos, extraordinários ou mesmo
fantásticos, o meu fenómeno seja, não recordar nada daquelas coisas… por mais que sejam os episódios ou os factos
vários.
A idade não
ajuda nada, e os retratos envoltórios das trocas de lugares e outras terras
constantemente em ensaios pelas mudanças, não ajuda nenhuma criança a querer
recordar lembranças dos primeiros dois Maios.
É daquelas
coisas…
Não há nada que me diga do Entroncamento… fraco o pensamento, e forte os reconhecimentos do som do vento, que me vai embalando por onde passo… e fica o retrato na memória do tempo, na janela que Deus guarda, para quando chegar o momento, saber que por aqui alguém passa… não ficará em esquecimento.
Não há nada que me diga do Entroncamento… fraco o pensamento, e forte os reconhecimentos do som do vento, que me vai embalando por onde passo… e fica o retrato na memória do tempo, na janela que Deus guarda, para quando chegar o momento, saber que por aqui alguém passa… não ficará em esquecimento.
Deus me faz
passar, não me esquece, sabe que tenho de sofrer e sufragar as almas e os
seres, espalhar a palavra profetizar no acontecer, e quando acontecer… vem no
dia que amanhece, um novo dia o sol aquece, no mar e na Terra ao vento e na
sombra, onde quer me encontre tenho de dar, mais do que recebo entregar, dar a
minha vida que não é precisa, só menos coisa importante derretida em colheres
de pó ardente, servir para os tempos que se aproximam, entregar de bandeja o
meu corpo sem que se queira pestanejar, e voltar quando a aurora chegar,
renascer das cinzas, amar.
É destas
coisas…
O amor… uma
vida inteira à espera de beber o cálice, o sangue que dá a vida, eterna
substância mais que a morte, o segredo que não acorda nem a razão descura, nem
deixa beber dele a irmandade obscura, ganância duma sequidão, que quer matar a
sede à custa da dor alheia e ódio puro, louco incerto, à espera de carregar no
botão impresso a loucura da implosão no Universo.
É daquelas
coisas…
O Entroncamento, entre a fronteira do pólo norte amar e o pólo sul amor, a
passagem pelo glaciar, o fundir eterno amor para nunca deixar de amar.
Mas o maior
fenómeno, o calor e o oceano… ainda está para aparecer, tempos do tempo há-de
chegar… inumano, quando o sol derreter e o mar passar no Entroncamento.
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