quarta-feira, 10 de dezembro de 1997

PETIZ



PENAFIEL
PETIZ






Eu, de calções branquinhos, camisola às risquinhas botas e camisa de colarinhos, tudo alvo naquele caminho, demonstrava segurança de quem tinha olhos do mundo, aquela cumplicidade que havia por ter anjos como amigos e a serenidade de um coração seguro, traduzido por uns olhos meigos e queridos, numa inocência de quem é pequenino.
Quem olhava para mim, seguia meu olhar de criança, levava substância de quem seria amado, transportava uma sina cujo final não tinha…

Num prato o coração a transbordar de correntes que aproximam os seres que amam, e noutro o peso equilibrado dos corações apaixonados que tomam quantidades em doses doseadas de amor…
… e renegam para sempre o ódio, a guerra, a inveja, a sedução, sem lugar para o ócio e a espera, pela negação de contrários que trazem coisas positivas, nas paixões conseguidas, traduzidas nas coisas do mundo banal em pura magia.
Quem olhava para mim pequenino, jamais poderá ser grande, se o minúsculo sentido que dá origem aos fluidos vitalícios do organismo, emprestar cor à vida, o ser grande e voltar a ser pequenino, o pequenino ser enorme na sua pequenez, com amor infindo.
 Quem olhava para mim criança, sentia a paz ao redor como uma auréola anunciada - uma pomba de asas brancas mensageira, que trazia aos sete ventos espalhada a nova guardada, há muito desvendada... infinitamente sem destino, na busca do paraíso.





Se na simplicidade está o significado que clarifica, tudo que nos rodeia na memória dos homens e da humanidade, e o segredo que roubaram da arca da aliança… inviolável, e de menos importância, é o equilíbrio de quem vai e vem, entre o mal e o bem, é o elixir da vida, a fórmula do dia-a-dia, é o que eu trago sempre comigo – amor distribuído como um hipnotizado.