segunda-feira, 13 de março de 2017

BRAZUKINHA






BRAZUKINHA





Eu conheço uma flor do outro lado
que é do lado do oceano brasileiro
é tão bela com um sorriso rasgado!
Que nunca mais sai do meu peito.


Eu conheço uma rosa doce do mar
que é do lado agridoce salgado,
é um ser maravilhoso para amar
na amizade com sentimento partilhado.


Eu conheço uma mulher apaixonada
que é a paixão de uma lágrima,
vertida com amor na hora exata.


Eu conheço um amor do mundo ao lado
que tem um coração profundo via láctea,
cintilando pelas estrelas num pontinho exacto.

















domingo, 5 de fevereiro de 2017

SOMOS PÓ E AO PÓ VOLTAREMOS





SOMOS PÓ E AO PÓ VOLTAREMOS



Tudo tem uma duração enquanto palpita.
Se todas as células vivas por serem vida
por acaso morrem quando corta o respirar,
o corpo é como o vento quando se desfaz em pó,
e não se vê num sopro só,
mesmo que se misture no ar.



De "Confidências De Um Livro"
(Tem  6 partes, quase 300 páginas, 
e se quiser ler /conhecer-me/
está aqui no ano 2013, de Junho
a Novembro.)



 







domingo, 1 de janeiro de 2017

PEREGRINO








PEREGRINO






Uma lufada de ar fresco, tenta segredos, 
uma rabanada de jactância em meus cabelos.
Ereto, pregado ao chão como um deus grego, 
tudo bate no meu corpo como um cata-vento.

Um sol alaranjado, esdrúxulo, de ar queimado, 
a sorver, abrasa meus olhos turvos com chama 
d’ alma arder.

Não perco o horizonte lá longe do monte… nas 
nuvens em frente do olhar esguelha com trovões a tremer, 
e acordo numa tempestade de areia e pó do vento, sem poder viver.

 


De "Confidências De Um Livro"

(Tem  6 partes, quase 300 páginas, 
e se quiser ler /conhecer-me/
está aqui no ano 2013, de Junho
a Novembro.)






















sábado, 3 de dezembro de 2016

MENSAGEM DE NATAL








MENSAGEM DE NATAL






Nesta quadra de 2016, lembro-me sempre dos seres humanos que mais impressionam profundamente o meu coração.
Por eles passei dezenas de vezes sentados ou deitados nos passeios da Baixa de Lisboa…

Por eles passam centenas de pessoas indiferentes à sua solidão, vestidos de trapos sujos, mas de alma limpa.

Nos dias quentes, apáticos à queima do sol acumulam o calor para sustentarem as noites frias.

Os olhos mirando o abismo profundo da tristeza sabe-se lá em que direção da sua alma negra… seres humanos abandonados à crueldade do mundo.

Ao passar por Eles, senti tantas vezes calafrios na espinha, uma angústia desmedida por eu próprio me sentir impotente face ao sofrimento destes abandonados.
Noites de Inverno, num frio indescritível, vê-los assim…
Embrulhados em papeis de jornais, deitados numa cama feita de cartões, tentando dormir ao fundo das escadas do metro, de ossos tremendos do frio,
de gemidos e dentes tilintando uns nos outros, com o corpo enrolado na posição fetal… são estes bebés do mundo a quem nós damos o epitáfio de Os Sem Abrigo.

Nesta Quadra de Natal, em todas as Quadras do Natal, não sinto, nunca senti alegria, nem compreendo como alguém pode sentir… ignorando este e outros mundos desoladores.
Os sorrisos, as festas, os egoísmos, de indiferença pelas almas pelas quais passamos…

… um dia teremos o mesmo destino em todos os meses do ano, e não falo em Deus… mas na nossa consciência todos os segundos do tempo que nos fará sentir o carrasco das nossas almas.

Um Bom Natal para todos.

Um Bom Natal para ti, minha querida mãe.