terça-feira, 11 de outubro de 2016

ESTAMOS SÓS





ESTAMOS SÓS






Estamos sós… longe da vida, como nós. 
A distância é o infinito, e o tempo reduzido tanto na idade do ser como na do desconhecido.
Este estar não é saber?
É sentir a realidade, sentindo que os nossos olhos vêem verdade, um olhar à nossa volta… os estranhos que somos além, dentro sós… numa fuga, esquiva apoplexia.

Ninguém nos acode do vento, a poeira nos sacode… se interiormente somos o vómito vazio das estrelas, poeira cósmica de nossos corpos à descoberta, o mistério de todas as células, o derradeiro isolamento.
Sobre-Humanos estarão perto. 
Virão ao encontro, outros... numa perpétua luz radiante.

Mundos mirabolantes nascerão na rota do arco-íris em florescentes pontifícios.
Erguer-se-ão estradas imponentes… por entre portais do tempo se edificarão.  
E os únicos parecidos connosco em todo o Universo, serão Corpus Memoriem… e nós sobreviventes espirituais, robôs de nossos atos, automaticamente perdidos mortais.




LIVRO 2
/Confidências de Um Livro/















terça-feira, 13 de setembro de 2016

SER ISTO E AQUILO






SER ISTO E AQUILO





Ser isto e aquilo que não fui…
ou consciente do que sou
e inseguro do que possa vir sendo…
com a noção de contentamentos,
infeliz e sonhador doutros desejos…

Prefiro o chato
o ser isto e aquilo agora…
o previsível…
verdadeiro, suscetível
 o autêntico - Ser eu.

Ser isto e viver na sinceridade do ser
mais do que sobreviver?
Preservando a alma noutra alma
dispondo a vida em troca de nada…

É amar, viver isto… aquilo enormemente…
vivendo como um indivíduo
sendo generoso… implícito.
Que melhor criatura vive com sinceridade
senão for elementar saudade?

Aprofundar o conhecimento da ciência
viver a singeleza da vida
ser unicamente… seguida,
isto e aquilo em evidência.



De
"Confidências De Um Livro"


















sábado, 13 de agosto de 2016

UMA DOR





UMA DOR




Uma dor pode colher uma alma,
mas um ardor queima, não mata.

Que melhor maneira de morrer,
ficando vivo sem poder viver,
embalsamando o coração de prata
como uma múmia descarnada?

Uma dor quando não tem cura,
é uma eternidade angustiada,
lua eterna na sombra escura.

Quando tolhido desata,
e nunca em tempo algum pára.




(falecimento da minha mãe)















quarta-feira, 13 de julho de 2016

Falar de “altura”...





Falar de “altura”...
é um estratagema trocado por miúdos – uma fraude.


 

Se houvesse um dilúvio em vez de chamas
como se houvera tapando toda a claridade do ar…
Correria alienado para o ponto mais alto do pico.

Ou então, fôra eu uma perdida queda de Ícaro?
Não precisaria trocar de barbatanas,
tubos respiratórios ou óculos do mar.


Mas se caísse um raio do céu
fazendo tremer os mundos?


O melhor seria deitado de bruços
usar chapéu de coco contra as pedras!


Rastejando como uma cobra sem mausoléu
ver debaixo, sem levantar os olhos da terra.




LIVRO 3
/Confidências de Um Livro/












segunda-feira, 13 de junho de 2016

De...





De...




Viver a realidade veemente,
é adormecer de repente,
o súbito mortal que morre.

Viver interiormente o sonho,
é existir eternamente na vida…
real da morte.
...



Esta confidência...
tantas vezes falado nela.
Meramente coincidência?
Sopro rubro e símbolo espera...
não ciência...

Meramente despertar
simplesmente amar
esta Confidência...

Agora presença insuportável...
depois nunca infernal,
meramente abafa
se esvai como um fantasma.

Será isto arte galharda...
ou qualquer sapiência?

 Gaz mostarda...
meramente coincidência.


 
LIVRO 2
/Confidências de Um Livro/