terça-feira, 19 de agosto de 2014

DOS SONHOS E DA TUA COMPANHIA





Tu foste menina, um amor,
és uma mulher raiando brilho
serás sempre a singular flor
a menina do coração sozinho…



Dos sonhos e da tua companhia




Sou estouvado pelos lábios
fome constante do beijo,
um amarfanhar de amados
mordendo a carne com anseio.

Um paladar com caricia
de boca com boca de mulher.
Um desejo com semente
de paixão e palpitar da vida.
Um apetite existente
com o ser de quem se quer.

A vivencia do esguio corpo
emaranhando seus braços,
a aventura do sexo furioso
numa explosão de súbitos atos…
vivendo os dias ao segundo
como se fôra o último,
esgotando o tempo e a fúria
mas o afeto nunca…

Ainda que passe numa esquina
transviando o olhar perdido…
caindo do cigarro a cinza
nunca na mente esquecerei
na calçada indiferente ao vicio,
o anjo com quem sonhei…

Eu aqui neste mundo perdido
tua alma aí… vem ter comigo.
Conheço a tua eternidade…
sei que o carinho não é saudade
quando se ama o destino…

/Vale a espera e o sacrifício. /

Eu sou o segredo
a recordação do teu medo
o apocalipse e o terço

Tu és o desejo de mim mesmo.

Não troco um único dia
não troco o retrocesso nem o voltar
não me arrependo da vida,
mas tenho saudades do mar
dos sonhos e da tua companhia.



Até um dia destes… 
os séculos serão meses
  andaremos perdidos... 
juntos noutros corpos, 
viajar livremente soltos
ainda que espíritos 
nossos corações 
estarão unidos
não seremos ilusões.
















sábado, 19 de julho de 2014

TRANSE




O melhor é exir isento
 sair do interior assim…
acordar fora cá dentro
o despertar em mim.




TRANSE



Faço reflexão de cara oca
vazio como casca d’ostra…
despojado disto e aquilo…
descuidado como um distraído
sento-me em cima da mente.

Peço desculpa ao cérebro amarrotado
pensativamente pisado
salvo que não seja sempre?

Não sei…
Que agonia…
falta-me qualquer coisa…
outra coisa doutra cousa
que dê sentido à razão

 Uma palpação para o comportamento…
um lugar para o amor no coração…
uma oração no isolamento…
o refúgio numa viajem
mudando de seres e de paisagem.

/E de beleza irmãmente estética?/
Um ente de feição angélica…
a modificação do conhecido
a sofisticação do aborrecido
não sei…
que agonia…

É daquela claridade deserta
cores que o discernimento cega
daquelas que a solidão aperta!
Que por serem repentinos
nem por isso deixam de ser um só.

Noutros Solitários somente vivos…
de corpos envoltos em pó.

/Sozinha minha alma/
/no aconchego da minha palma/

Situação de passagem numa salva
com indiferença da companhia,
passam invisíveis à minha graça
sem que veja confins de maré vazia
 ou olhos que vêem… que retrata?

Tudo passa porque há desinteresse
há marasmo dos instantes
rotina de tantas vezes…
descongelando sangues…
uma apatia dos momentos
um impasse nos entroncamentos…

Não sei…
que agonia…
pareço a léguas dos sonhos
pesados como nuvens de chumbo
nublados como visões cegas…

Não estou a falar de mim profundo
da imposta amizade dos corvos
nem do silêncio das esperas…

 Absorvo o estorvo do sentir inimigo
qualquer coisa que não sinto parecida
falta-me essa coisa que não consigo!
Suster a meditação inválida da vida.

Não ser nada, nem a imagem da sombra
outra coisa doutra coisa pouca
não morre, se de frente se afronta. 

/Até a morte se esconde… poisa. /
... de tanto fixar sem lei
olhar ausente sem hipocrisia....
Não sei…
que agonia…