quinta-feira, 7 de junho de 2012

QUEM MATOU MÃE MATRAQUILHAS?






ANO 2012


As personagens são inventadas
mas a historia deles verdadeira.
A linguagem é pior que vernácula
Se é educado, susceptível, não leia.




QUEM MATOU MÃE MATRAQUILHAS...?


 


(1)
População Masculina





A família Montimerdas vivia no Bairro de Lata no Prior Velho (Lisboa).
Ao passarem na rua, todo o submundo procurava o comércio variado e atraente das suas mercadorias que vendiam como feirantes e não passavam de uns reles traficantes.


A maioria da população do Bairro de Lata é gente cigana, que sempre viveu à margem da lei, usando negócios ilícitos, e ultimamente no trilho das drogas duras.
Também trocavam o trabalho pelo furto diário em delitos menores, que eram passados de avós para pais e de pais para filhos… sangue rebelde que lhes estava enraizado na hereditariedade de seus antepassados, que desde tempos memoráveis lutaram à sua maneira contra todas as raças para serem livres e submeterem-se apenas à etnia cigana.


Os irmãos Bagalhão, Fujifoge, Sacoesconde, Kudacorda, Kukumija, Kaguincha e Montimerda júnior, apelido familiar dos Montimerdas por ser o mais velho, e todos eles respeitáveis ladrões de profissão e abençoado sustento da família, com mais outros tantos cunhados e outros filhos deles, porque eram muito religiosos da parte do Deus que fugiam…pedindo com muita fé… para que a polícia nunca os apanhasse e metesse no chilindró.


Verdade verdadinha… trabalhar? Trabalhavam como uns desalmados!
Lá isso, era vê-los coitados!
Sempre ali a darem no duro e a palmarem tudo quanto era do vizinho mais próximo.
E quem os visse (porque ninguém os via), parecia que alguém acabaria por dizer, que ali estavam os homens da Nação… a lutar para a humanidade continuar a ser uma das mais velhas profissões do mundo – ladrões.


Montimerda falava muitas vezes que admirava os políticos e os gajos das Câmaras, falando com o calão e os chavões populares que é próprio das gentes sem escola:


- É pá, admiro aqueles paneleiros!
Formam-se, são doutores, roubam milhões… toda a gente sabe o que eles são, passam pelos tribunais para o povo saber que não são ladrões… e nunca são apanhados, e depois vivem à grande e à francesa!
Já disse à minha Maria, que o meu próximo filho vai para a Universidade bater com os cornos nos livros e ser um doutor daqueles… para poder trabalhar à vontade e ficar bem na vida. Pelo menos, em vez de ser perseguido, é antes guardado pela polícia e o doutor juiz ainda lhe passa um papel que prova a inocência do rapaz… tudo ali, o preto no branco como manda o figurino, porque aqueles filhos da puta podem ser uns larápios mas não são mentirosos… os tribunais atestam isso mesmo, enfiam-lhes a honestidade pelo cu acima.


Bons e empenhados comerciantes como era costume… salteavam as farmácias à procura de “drunfos” como a metadona, morfina, comprimidos de metaqualona para vender aos desgraçados das drogas, além de traficarem Ecstasy e heroína.


- Dos Supermercados, rapinavam caixotes de tabaco e álcool, com preços acessíveis para revenda e contrabando dos piolhosos como eles, roubando carros de madrugada e sacando com mãos de veludo… carteiras e malas no metro.


- Assaltavam o armazém das fábricas de plásticos para vender nos mercados vários… como alguidares, regadores, pratos, talheres, brinquedos… que eram transportados numa camioneta de caixa fechada para fuga dos impostos, e dos papéis que comprovasse a autenticidade da mercadoria, tendo que viajar de noite a horas menos próprias para fugirem à polícia. Enfim, negócio herdado do sangue dos antepassados e do tempo que ainda existiam piratas… só que os piratas, hoje, são mais sofisticados com pulgas, baratas, lêndeas e chatos que se pegam com o contacto do ar, e duma comichão tal em tais partes numa carne viva que parecem bifes…





(2)
População Feminina





Mas a família Montimerdas era uma cepa à parte, quase descendente dos mouros… raça de origem árabe aportuguesada, nos tempos muito desleixada.
Por não tomarem banho e por não quererem pagar a água, ao viverem naquele Bairro de Lata se confundiam com os ciganos, que lá do paraíso, o inferno do céu abençoava os nascidos com água natural dos esgotos, usando pó de talco na carne putrefacta para as partes amareladas com bolinhas de pus e aspecto inchado à volta das ratas… das filhas Putikeka, Bobochapa, Chupalimpa, Lenachagas, Perceveja, Lenamijas, Bobovina, e às filhas destas filhas… Lavaeseka, Surrasurra, Cagueira, kacacheira, Xupapiças e kaleija, todas elas também habituadas a viver no meio de chatos, percevejos, lêndeas e baratas a cair no tacho como marisco.


Frequentaram levianamente a Escola da Vida sem saber ler nem escrever. Depois, tenra idade a vender nas feiras, e mal formaram corpo de mulher, todas elas perdendo a virgindade com irmãos, primos e cunhados, iam com grande descontracção no verão, em plena Avenida de Lisboa trabalhar na prostituição.


Por vezes, pegavam-se em grandes discussões e à porrada com as putas ali perto do Intendente pela disputa daquele território em plena Avenida, quem vem do Tejo pelos Restauradores, ou quem vem da Rotunda do Marquês de Pombal em linha descendente.
As putas do Intendente mostram-se perto de casas antigas (com rendas mais baixas) onde o chulo tem quartos alugados, por aquelas ruas de travessas e esquinas doutro bairro que parece a certas horas outro mundo… e à noite nos meses de Verão, a Avenida é o chamariz para acabar no Intendente.


Tomavam banhos de perfume em vez de água, coisa que aqueles corpos poucas vezes viam numa bacia velha e sem esmalte, por viverem em barracas com pulgas e com ratazanas do tamanho de coelhos saindo das tocas como se fossem animais de estimação.


Os clientes desconheciam a falta de higiene daquelas potenciais inimigas da saúde, e durante a noite à luz da lua ou sem ela eram aliviados… para nos dias seguintes ganharem doenças de pele com as mais porcas enfermidades que a comichão os acometia, ficando tão roxos, em carne viva… como as partes íntimas daquelas moças rameiras.






(3)
PÁRARAIOS, MÃE MATRAQUILHAS, FUMAÇA,
PICHOLAS E ZÉFERRO





Todos viviam e dormiam juntos numa grande divisão da barraca cheia de camas…
Uns ressonavam, outros fodiam como se fosse o acto mais normal do mundo… e nem sequer se preocupavam em evitar uns gritos de tesão, rangendo as molas da cama e estremecendo os nervos de quem queria adormecer.
Às vezes, alguém gritava dizendo: Deixem-me dormir seus filhos da puta!


- O pai Páraraios que fazia de ama-seca, era casado com mãe Matraquilhas que vive actualmente debaixo da terra… sim já morreu. Era uma santa endiabrada quando enviava tempestades de carga de porrada ao Páraraios, partindo os cornos do pai que era marido de figura presente e um saco de descarga de toda a sua adrenalina.
Mas pai Páraraios era gay, e sempre que podia fazia parte das manifestações homossexuais, vestindo-se de mulher, com uma saia, meias e ligas coloridas e uns sapatos de salto alto que lhe faziam inchar os pés, e uma sacola a tiracolo que lhe dava um gosto especial.
Todo o mundo sabia e ninguém se importava, porque ajudava nas lides da casa, cozinhava, limpava, lavava e ainda levava no cú…


Mãe Matraquilhas cuspia a rir nas sopas de pão com leite azedo da avó Matarratas, que era gaga e via muito mal. Ia imitando ao mesmo tempo a desgraçada, comendo alhos crus para assoprar com o hálito da boca e poupar nos pequenos-almoços, servindo sempre as mesmas sopas, que juntamente com o cheiro dos alhos tresandavam a podre insuportável e às vezes faziam vomitar a velha. Brincadeiras de pessoa com miolos queimados e instintos maléficos.
Mãe Matraquilhas limpava ainda a porcaria dos filhos, atirando às trombas deles com cuidado para não sufocarem com o mau cheiro e ensiná-los a não cagarem tudo quanto era sítio… aos cães esfrega-se o focinho na merda, a eles também quando se irritava. Como o marido Páraraios era paneleiro, todos os filhos eram de cunhados, primos, e os últimos do avô Picholas que tinha uma picha dum tamanho dum cacete, com uns trinta e tal centímetros… enfim, coisas da natureza.


Da irmã Fumaça que bebia tudo sem sacrifício de tanta bebedeira, fumava muitos maços de tabaco por dia e entupia de fumo a chaminé da cozinha… pagando o defeito a matar a rata de trabalho… quando lhe faltava o dinheiro para o vício.
…. Um dia, que não era belo para aquela criatura, mãe Matraquilhas empurrou-a lá do alto do escadote, partindo-lhe os braços e as pernas, e os dedos dos pés engessados no Hospital do Estado, para se ver livre dela e do fumo de cigarro.


O avô Picholas que era surdo, zarolho e coxo, e fazia o lugar do pai Páraraios, deitava-se com a mãe que não era filha da mesma mãe, perdoando-lhe o mau feitio com umas quecas às sextas e sábados e domingos na hora da missa… aumentando o número de filhos lá em casa.


O cunhado Zéferro era sucateiro, e quando despia o fato de macaco todo sujo, a sua pele tisnada pelo surro e falta de água, parecia queimadinho do sol da praia… só que era uma acastanhada cor de caca, que fazia lembrar um cagalhão doente do mesmo nome e com o mesmo colorido… como sofresse de icterícia e escorbuto… e por onde passasse deixava um rasto do cheirete a merda, não só da pele mas também por aqueles pelos do cu nunca ter visto melhores dias, e os cabelos engrossados pela porcaria seca terem a parecença da palha e o fedor a merda… nunca se sabia se o perfume intenso do Zéferro era dele ou da pocilga onde ele vivia… havia quem dissesse que os porcos ao pé dele eram uns santos, tal era o cheirinho do bicho Zéferro.





(4)
QUEM MATOU MÃE MATRAQUILHAS






Decididamente, mãe Matraquilhas era uma mãe neurótica que passava a vida a infernizar toda a família, e estes fartos dela… existia a possibilidade a qualquer momento de a mandar para a quinta das tabuletas, para acabar com o seu mau feitiozinho.
Mas ironia do destino… o seu dia de apresentação estava marcado, e quem acabou por a despachar para o outro mundo… foi quem menos se esperava.


A avó Matarratas sofria de miopia e alguma gaguez. Costumava dizer que nunca foi preciso ir ao doutor da vista (Oftalmologista), porque além de ver bem não tinha intenção de pagar fortunas pelas consultas… e não passavam duma classe de ladrões. Enfim, retirando estes dois pequenos problemas de saúde, embora com a idade de 85 anos, era na verdade uma velhota bem rija.


Aliás, a avó Matarratas tinha coisas que a preocupavam mais. E uma delas, era o péssimo hábito de tentar matar dezenas de ratazanas à vassourada, o que não lhe parecia boa solução, visto elas serem cada vez mais numerosas e anafadas.
Como não tinha mais nada para fazer, e o tempo todo a aborrecia sem ocupação, teve uma ideia que na altura lhe pareceu excelente para resolução da rataria.
Então, pediu a uma vizinha doutra barraca que era especialista em drogaria, que lhe arranjasse veneno em pó, e assim, deu-lhe uma sacada.
Dito e feito, pôs-se a espalhar por tudo quanto era sítio… e por sinal, as cabeças de alho que estavam no chão da dispensa e que lhe pareciam montes de serradura como camas para ninho da bicharada… ensopou-as com o veneno não se apercebendo do erro fatal.


Mãe Matraquilhas que estava no hospital internada com uma grande depressão nervosa, regressou a casa para recomeçar a sua vida rotineira e de mau feitio.
Como tinha estado uma semana em tratamento, os alhos ganharam humidade e o pó do veneno ensopado, ao secar, desapareceu aparentemente não alterando a cor. Parecendo pó, limitou-se a sacudi-los, e tirando as cascas meteu duma vez uns poucos como era costume.
Ao servir as sopas de leite, e comendo os alhos como era hábito para inundar a velha com o seu mau hálito, começou num estertor mortal com esgar das faces e uns sons que pareciam vir do além… agarrada à barriga… com a boca toda espumada.


Avó Matarratas, desconhecendo o que se passava e não estranhando as maluquices da nora, ficou muito feliz… porque foi o primeiro pequeno-almoço que não gozou com a sua gaguez, e pôde comer com satisfação as suas primeiras sopas de leite que não estavam azedas… até bateu palmas no fim, quando viu sua filha Matraquilhas deitada no chão muito roxa, pedindo-lhe auxílio de mão estendida… (e como sempre sonhou ser atriz desde muito nova, pensando que estava a atuar para ela), foi dizendo à filha:


- Ó minha querida filha! Não sabia que tinhas jeito para o teatro…
Gostei tanto de ver o gesto artístico dessa mão… é direita ou esquerda? Tanto faz!
Foi tão bonito!
Amanhã repete, sim?
…, mas levanta-te… não é caso para ficares aí tanto tempo…
………………………..
………………………..
………………………..


(No dia seguinte um jornal local dizia: - veneno para ratazanas matou uma mulher com o peso de 62 quilos, natural do Prior Velho, e centenas de ratas com o tamanho de coelhos que viviam na toca da barraca , continuaram a passear  à volta do cadáver sem lhe tocar… tal era o cheiro a alho pôdre da pobre coitada senhora...
… o funeral realizou-se no Cemitério dos ……… Acompanhando a defunta, filhos, irmãos, primas, tios, avós… e os padrinhos da rataria que se encontravam dentro do cachão a prestar sua última homenagem na Igreja… fugindo com respeito quando as tampas foram abertas, e as senhoras em cima das cadeiras perdidamente aos gritos histéricos não se conseguiram controlar com o tamanho daqueles coelhos… perdão… com o tamanho daquelas ratazanas… aliás, houve quem comentasse no final (avó Matarratas):

... os gritos e a falta de respeito era tanta daquelas filhas da Puta lá na Igreja… que a defunta ainda chegou a abrir os olhitos espantada…, mas depois lá se finou, descansando os cornos no seu leito Divino… Coitadinha! Isto há coisas do caralho! 
Benzendo-se três vezes terminou dizendo - Quer-se dizer... coisas do Alho.














                 
 

domingo, 6 de maio de 2012

DESABAFO 1º & POLITIQUICES RASCAS







DESABAFO 1º
&


POLITIQUICES RASCAS
I




Pensando na elite - essa cambada à parte de outras classes… privilegiada num planeta às avessas de pernas p’ro ar, bajulando os populares com enredos e discursos de promessas vãs, cujo ofício é apenas palrar para espantar politiquices de outros espantalhos, cuspindo saliva para facções doutra área nas bancadas, originadas pela raiva e desprezo nas palavras, com a finalidade de atingir o poder nas conquistas de novos tachos.
Não sei porquê… veio-me logo à ideia os milagres dos Cristos do nosso tempo – os Políticos.
 
 


Em Lisboa, descaradamente em Assembleia lá dentro,
encontram-se tantos palhaços mentirosos com sorrisos.
Não é difícil acreditar, nestes aldrabões de S. Bento.
Acusam-se de mentir uns aos outros como políticos.
 
 




Naturalmente, governar é um acto tresloucado e irresponsável, porque todo o mundo passa mal… e não há ninguém que acabe com essa raça de parasitas em Portugal.
Estou a falar dos maus governantes, os sem escrúpulos, que prometem tudo nas campanhas eleitorais e depois…
Depois aqueles gajos viram o bico ao prego! 
 
 
Não fazem nada do que anunciam e é mais um perdido século.
E nós arraia-miúda?
Como uns burros… pagamos os nossos impostos para eles não fazerem chavo e fumarem grandes charutos com bocas de chaminés e caras de sapo.
É pá! Que porra esta!
Isto é que vai uma crise!... 
 
 
Chafurdamos na merda das palavras oportunistas, com a exclusividade de fortalecerem a facção partidária, metendo o povo num saco ditatorial... com leis à moda do patronato para não abrirem muito o bico.
Por isso, nós que estamos entalados como sardinhas em latas, os chamamos de políticos merdosos… uns cabrões mentirosos!
Mas não deixamos de estar sempre refundidos!



II
 
 



Políticos é isso mesmo… sentadinhos nas suas cadeiras a brincarem nos computas como miúdos viciados em jogos, gastando telefonemas ao estado à custa do orçamento… onde a arquitectura delineada marcou encontro com alguma amante do trabalho com o ar mais sério do mundo.
Depois é vê-los a coçarem o cú aborrecido de tanta hora sentados, sentindo a dita comichão provocada pelas hemorróidas… a rirem-se sem graça feitos pierrôs, fazendo que ouvem e não prestam patavina nenhuma, e o que fala da tribuna apregoa e desespera… de quem fala para o boneco… e não diz coisa com coisa, não se percebe o ladrar imitador do cão Pluto que é tão bruto e tão burro!
 
 
Tanta criança a morrer de fome pelo planeta afora!
Tanta miséria pelos Continentes de olhos sem chama, e estes fantoches usando as nossas vidas, riem-se uns dos outros, tornam o destino um circulo cómico porque não lhes falta nada.
Têm tudo.
Ao serem inconscientes fazem pouco do mundo!
 
 
E naquele “Circo” o que eles se divertem, um ou outro a dormir… porque aquilo dá mesmo sono – é aborrecido, que chatice!
A preguiça é tanta, que vai do Rossio pela Avenida ao abrir a boca até ao túnel do Marquês, sem preocupação de quem vê outras vezes, e muito menos sem vergonha.
 
 
E há sempre um olho duma voz popular que está atenta e diz: 
 
 
Olhem para aquilo… está quase a bater com os cornos na mesa!
São noites perdidas sabe-se lá onde… com coisas do cabrão, e o país a ver esta merda pela televisão!
Se aquele coiro fosse meu marido, ia marrar num estábulo com a cornadura partida, que era para ele aprender a vir para casa a horas decentes!






III



Em tempo de eleições vale tudo para caçar o voto.
Oferecem o mundo e hipotecam a alma… um pouco parecido com o Natal – a pena dos pobres uma vez por ano existe,  e como um acto anormal passa a ser natural.
O que interessa a estes espíritos é a publicidade, promessas, mentiras e falsidades.
Como todo o mundo diz, o maior mentiroso na Terra é o político, e como toda a gente conhece o adjectivo, ele pode ser conjugado nos tempos todos do verbo como uma coisa da moda, elegante e normal. 
 
 
Já se viu alguém enriquecer a trabalhar?
Está para nascer o primeiro presidente da câmara com azar.
O crime compensa!
Pequenino que rouba vai preso e é um malandro.
Ladrão que é grande, fica na condicional, depois é solto da sentença. Vai viver com o produto do engano o resto dos dias, e esse é o crime por roubar.
 
 
Está visto!
O mundo é da sacanagem política.
O povo é a isca… 
 
 
Afinal, para que serve a politica?
Para os deputados ao fim de dois mandatos (10 anos) ficarem com uma pensão vitalícia… imaginem, perto de 5000 euros!
E os desgraçados do povo... aqueles meia-leca, rotos e famintos, aqueles homens que trabalharam uma vida inteira… com umas míseras centenas de euros de reforma? 
 
 
Nós somos livres e não temos nada, a não ser o ar e a voz cansada.
Eles são democratas e têm tudo só por serem políticos.
E também porque se preocupam fingidamente com o mal alheio, verdade seja dito.



IV
 
 



Pessoalmente sou contra as greves, mas que formas de luta há?
Uma nova Revolução… mas desta vez com corpos marcados pelo genocídeo popular sequiosos de vingança?
 
 
Eu vivi a Revolução do 25 de Abril na carne com 17 anos e fiquei orgulhoso dos cravos em vez de sangue… mas sob a máscara da ditadura ou democracia acaba sempre para ir parar à mesma gamela.
Só os nomes é que mudam, e os homens que têm tudo são os que nós sabemos e deixamos andar. Somos um povo igualzinho aos burros, mas ainda mais burros que os próprios burros porque nem zurrar sabemos e é desses que eles gostam.
 
 
Com 17 anos de idade vividos em Trás-os-Montes, e lutando pela liberdade em comícios pela zona norte toda, a mais difícil e perigosa porque a minha bandeira era um foice pertencente à UEC., e participando nos piquets do 28 de Setembro toda a noite com uma fogueira, uns chouriços assados, umas metralhadoras e umas pistolas… estava preparado para defender o meu país do retorno do fascismo, fosse ele qual fosse.
Hoje, perguntaria – para quê?
Para solidificar uma democracia de compadrios… ?
 
 



Há tantos burros mandando 
em homens de inteligência
que às vezes fico pensando 
que a burrice é uma Ciência.

 
 
(Ruy Barbosa)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

NUNCA TE ESCREVI UMA CARTA DE AMOR






NUNCA TE ESCREVI 
UMA CARTA DE AMOR





Nunca te escrevi uma carta de amor 
com todo o amor de meu coração!
Nunca por não ter uma razão!
Mas por sentir a queima deste ardor.


E esta, além do irreversível sentimento que transporto no meu peito para toda a eternidade (acontecendo nos dias mudanças que o tempo não pára), tem o significado da esperança no céu e na Terra – a gota que brotou do Universo e caiu no mar germinando em amor, em tudo que nasce para a luminosidade da criação.
Assim, caíste dentro de meu cosmos, como uma luz iluminando minha alma numa fusão metade gémea, acordando meu ser adormecido para o mundo, num novo alento e um novo sopro de fé na humanidade.


Nunca te escrevi uma carta de amor 
com todo o amor de meu coração!
Nunca por não ter uma razão!
Mas por sentir a queima deste ardor.


Faço-o, porque os momentos de companhia fantasma são silêncios de palavras, em que o olhar irradia paixão e o coração bate num sofrimento por não poder estar livremente, quer estejas onde não queiras e eu queira onde tu estejas.
Vou imaginar que estás agora aqui… ao ver teu sorriso de anjo abraçando meu corpo num calor abrasivo de amor eterno, querendo minha presença com a mesma ansiedade de amante em puro desejo, tentando substituir as saudades e o sentimento de quem é conivente com a junção do destino e uma grande devoção a Deus de grande resignação e sacrifício.
E sinto o vazio em tudo… estou sempre sentado na lua apoiando meus pensamentos nos batimentos da tua alma, e na forma da Terra só vejo o teu rosto adorado embelezando o paraíso com asas douradas e vestes brancas da concórdia.
Adoro-te da mesma maneira que sei não poder viver sem ti, por sentir que no espaço do tempo ele pode parar mas continuará a viver na imortalidade, cúmplice da chama que alberga nossa fórmula de amar.


Nunca te escrevi uma carta de amor 
com todo o amor de meu coração!
Nunca por não ter uma razão!
Mas por sentir a queima deste ardor.


Como eu gostaria de sonhar abraçado, partilhar as tuas alegrias e tristezas, rir, chorar, viver porque assim não é ar nem céu com realidade, não é ninho de passarinho nem gemido de seus bicos, não é voo de águia majestosa com suas esplendorosas asas rasgando os céus na sua missão selvagem, não é trovão precedido de chuva com respeito maldito, não é o sol com seus girassóis e raios de luz que dá cor ao nascimento de uma flor ou de uma cria, não é o mistério da noite com a tua face virada para a lua nos momentos de reflexão apaixonada, não é a natureza da terra celestial em comunhão com a natureza de nossas paixões de alma, não são as mulheres, não são homens nem Deus mais importantes que o sorriso do teu olhar, não são os mundos, a Terra ou a morte que me impedem de te amar! 
És só tu… bastaria um gesto, e logo cairia em teus braços, seria o carinho de um beijo beijando tuas lágrimas de felicidade, é a tua voz entrando no meu coração fazendo o prisioneiro de amor vivendo em teu cárcere, é a tua maneira singela e adorada posição de rainha, é a minha vontade de ajoelhar-me a teus pés e beijar tuas mãos queridas… e transparentes.


Nunca te escrevi uma carta de amor 
com todo o amor de meu coração!
Nunca por não ter uma razão!
Mas por sentir a queima deste ardor.


Os dias passam e apenas existem porque te amo cada vez mais, e quando se ama não se pode desligar os sentidos só com um clique porque apetece ou porque queremos simplesmente.
 Sentindo, é um Alcatraz do nosso cérebro, cela da minha vida, e a prisão de cortar a liberdade na folia do amor com sentido.
Quando receberes esta carta de amor, sentirei teu mundo de coração aberto, recebendo minha vida, como um sinal de estrela fulgente…
Agora que o fiz, sinto-me feliz.
Despeço-me, até um dia destes que seja só meu… e veja escrito pelas estrelas a palavra que me assiste do céu de teus lábios, caindo como um milagre e oiça gritar como um desejo…
Amo-te!
... a ti, que não acreditas... e pensas que vives como uma amante.

Se ninguém der a vida por ti, nunca sentirás um momento sequer o que será a eternidade do amor. E eu, vou morrer a pensar em ti, com saudades de não poder voltar, acordando com o teu raio de sol a entrar pela janela, batendo na minha cara de mármore, e o meu olhar fixo no teu Mundo.
Quando receberes esta carta de amor, recebendo meu corpo, verás que foste e serás o maior e mais profundo sentimento que alguém sentiu... a ti revelo ao Mundo o teu nome - Vida.