sábado, 10 de fevereiro de 2007

DOR







DOR




DOR…
É ferida que abre, subsiste
que acorda na alma, triste,
é nota amarga, torpor…
/que toca como sinfonia/
é semibreve, é fado, é sina.


DOR…
É chama que queima, traz furor,
angústia que dilacera, evento
que nos consome por dentro,
degusta o sangue vertido
desfaz o coração ungido.


DOR…
É querer respirar
sufocar e não poder,
é consentir por gostar,
é espírito e carne a padecer,
doer ao ter por não ter amor.


DOR…
É pecado que se sente,
traz na face rubor
é doer da gente,
raio que nos atinge
rasgo fremente que aflige.


DOR…
É sorrir ao prantear uma flor
é doer de tanto infortúnio,
é sofrer por não morrer junto,
é uma criança por aí abandonada
com a aflição estampada na cara.


DOR…
É viver num mundo injusto
procurar um pedacinho do paraíso
fugir ao destino
desculpar Deus com tudo,
odiar o diabo com amor

/O viver em vida como sofre uma flor./














quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

OS BUFOS






OS BUFOS



Ínfimo somos todos nós
alvos, testas de ferro,
rostos de mentecaptos
mentes de cerebropatia…

Cebrastenia de quem?
Se amando Delta se vão dédalos.
Falam mão no ombro
medrados testículos doutrem,
rondam o buraco escurril,
esticam o polegar...
Apontam à cerebrite
cinco dedos num só.

À socapa, acusam:
- Cinco dedos Dédalo!
Arcabuzo olhar de Inca.

O grau do bufonídeo
perfídia dos camaradas
ínfima parcela 
sob prática subalterna,
o grito de bisão
sem moral condição.

Espérmen traquínidas
pairam sobre as cabeças…

O caudilho
náufrago de Bubonidae
patrão de Bufónidas
na teia do escarmento 

A mulher da saga
o voo do mocho real…

O trapaceiro masca-tabaco
emparceirado corujão
de miolo martaranho

O grito de Bisão
 ínfima parcela,
o grau do bufonídeo
sem moral condição.