sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

ESQUECER -ME DE MIM





ESQUECER -ME DE MIM




Ontem visitei meu retrato.
 Pegando, vi um rosto no passado...
Uma ruga, cicatriz dum corte,
na fronte como um poste;

No olhar, diferentes olhos,
redondos, um maior que o outro…
Um sobrolho esquerdo rasgado
num brusco acidente de trabalho.

Ao centro um nariz operado
com narinas de buracos largos.
Um bigode por cima dos lábios
com contornos de astrolábio.
&
Ontem visitei meu retrato.
Pegando, vi um rosto no passado...
Mágoas em catástase
e uns dentes de marfim,
tentando num ápice…
Esquecer-me de mim.




















quinta-feira, 6 de dezembro de 2001

AUTÊNTICO AFECTO







AUTÊNTICO AFECTO




Quando achares alguém
que te faça sentir melhor do que és...

Todos os dias sejam esperança,

A luz nasça no teu coração,

Um abraço seja o olhar de ambos,

As montanhas e vales o paraíso da tua alma,

Partilhe lágrimas e sorrisos,

Te dê proteção.

Então a felicidade será sempre quando acordares
ao lado de quem é a tua única razão de viver,

Porque essa chama que incendeia tanto carinho

são dois seres reais que se amam na vida e na morte
e pela Graça do Espírito, naturalmente eternos no amor..



/Vitor/

segunda-feira, 12 de novembro de 2001

HÁ MÃOS








HÁ MÃOS




/Há um mundo à espera das mãos/

Há humanos de mãos carismáticas
Há mãos de dedos sãos...
Há paz nas mãos cruzadas.
Há mãos de uma criança amada.

/Todos temos na mão uma alma. /

Há mãos que noutra mão manda.
Há mãos delicadas.
Há mãos que são da Terra Santa.
Há mãos que escapam!
Ah...! Mãos que matam.

Há mãos que são garras.
Há mãos que vão embora…
há mãos que tocam guitarras.
Há mãos que dizem adeus agora…
há mãos de caras beijadas.

Há mãos bailando na vertical.
Há mãos nos dedos dos pés.
Há mãos atravessadas no portal...
há mãos que dizem quem és!

Há mãos com cabelos.
Há mãos que faltam dedos!
Há mãos que tocam sinos!
Há mãos que são de beduínos.

Há mãos que sentem a mudança.
Há mãos que são uma estampa!
Há mãos que não sentem nada.
Há mãos que andam de mão dada.
Há mãos ensanguentadas que marcam.
Há mãos que à vida se agarram!

Há mãos que fazem confusão.
Há mãos que são e não são!
Há mãos de palmas abertas.
Há mãos que são corações patetas.

Há mãos de almas rodeados...
Há mundos nas mãos apertados.
Há mãos que estão mortas e descansam.
Há mãos na esperança de quem amam.
Há mãos que alcançam...

Há mãos que choram.
Há mãos com pecado!
Há mãos que sofrem.
Há mãos com lágrimas de orvalho.
Há mãos que dormem...
Há mãos que não voltam.