terça-feira, 24 de novembro de 2020

DESPEDIDA

 


 

DESPEDIDA

 

Espero o dia que não chega

angústia do tempo distante…

Insaciável tormento dominante.

 

Saciam fraquezas…

À espera dos dias que não vinham

procurando.

 

Seres vivos como neblinas sentiam…

Securas eliminam das trevas

Aguardando.

 

Espero o dia que não chega

procuro o mundo que não vivo

 

Entre o antes… depois de seguida

encontro a pessoa que amo de certeza

aquele amor que faz viver…

 

E vivo sonhando…

Quando esperava morrer.

 

Então amando…

Na busca daquilo, eu digo:

- Quero viver contigo minha vida!

 

E fico aguardando…

 

 

 Vitor

 

 

 

 

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

SONHO VIVENDO V

 



SONHO VIVENDO
V




A outra parte equiparada à substância, levantando voo sem precisar de atividade
o mesmo efeito das saudades… o sonho na terra ao adormecer sonhando para logo acordar vivente no verdadeiro sonho da vida noutro lugar…
A eternidade do dia sem horas nem envelhecimento das caras que o tempo faz ou de qualquer outra luz sonhada, retrato da minha alma que ficou gravado no meu diáfano sonho.
Moradias de estrelas cintilando pelas estalagens de inverno, com cachecóis nas ombreiras do portal Infinito vácuo da minha memória, recordando traçados lusófilos em rastos na forma do viver, misturados na cor azul do sonhar.
Com as palavras desta sensação, perceber que no adormecimento dos meus passos todos a minha vida é um sonho real… e quando acordar?
Não posso - senão morro.
 
 
/Vitor/


terça-feira, 8 de setembro de 2020

MEIO SEGUNDO DE VIDA IV

 


 

 

MEIO SEGUNDO DE VIDA
IV


… E sonho acordado um terço do dia… oito horas das vinte e quatro. Se juntar sete horas ao dormir no sonho, sobram-me duas horas para continuar a alimentar as refeições nos meus sonhos, e as restantes sete horas a pensar como um sonhador.

Só me fica metade do outro mundo para viver vivo sem sonhar, aquele momento do respirar parado na outra metade sem vida, duplo sentido – vida e morte no palpitar do meio segundo, e outro meio morrer… invólucro descartado. 


/Vitor/





quarta-feira, 12 de agosto de 2020

VIVENDO SONHO III

 

 

 

VIVENDO SONHO
III






Ao adormecer coabito vigilante… 
De nova ilusão, ando como um sonâmbulo - desperto, ao sonhar acordado. 
Levanto-me da alcova entorpecido, buscando caminhos soltos por entre nuvens almofadadas, encurtando atalhos de poeiras molhados, que me embalam no ar invicto, sem vislumbre de pensamentos que queiram despertar no céu da mente.
Voo ao som do incitador que guia hipnotizadas imagens…
Continuo a sonhar de tantos devaneios que passam… 
Passo a insígnia com o número fadado marcadamente destino, guardado no interior do coração sob um cofre negro, que simboliza a chave escondida por debaixo do código de acesso.
Os patamares misteriosos que me permitem sonharem, e encontrar nublados amores de antigas paixões, rodeado de sensações que nos cercam, e sentimentos que nos dão uma mente apaixonada… não passam de augustas quimeras. 
Envolto nos afazeres da máquina social, novamente adormento, embalado na utopia que é o estrépito do ruído ameaçando os tímpanos, barulhos de trompas que anunciaram o começo elaborado como organização da humanidade - E o fim da liberdade do pensamento, ao magicar na maneira de meditar. 
 
 
 /Vitor/
 



sábado, 11 de julho de 2020

AO MORRER II

 


 

 

 

AO MORRER

II





A morte não escolhe a porta…o espírito foge da matéria morta, não se convenceu ainda que não morre. Ao morrer partimos sem volta.

Andamos… não convencidos vagueamos.

A capa usada é a substância descartável de tal sorte se torna nosso parente com a idade.

Exímia na sua aventura eterna, usurpador de corpos pelos séculos fora… na nossa alma perpétua, abala, quando se prepara para ir embora. 

O dia no mês com milhões de anos, os séculos de mistérios… que segredos mais antigos os mundos de muros incertos?

Se desvendam... que fórmulas com significado mágico existem?

… que os deuses escondem e insistem… fartos que estão do calendário do tempo, por serem intemporais, se admiram da morte ser mais eterna, o milagre de morrer ao ressuscitar, coisas dos mortais…

Que coisa estranha esta vida!

Mil e um pensamentos, tanta coisa bonita!

E não há sentir que aconteça por mais belo ou triste que seja, que não acabe no morrer vivo, no falecer do existir tido.

 

 

/Vitor/