domingo, 6 de novembro de 2011

DE SARAMAGO E DOS CIENTISTAS







DE SARAMAGO
E DOS CIENTISTAS
"CRIAÇÃO"
  
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(De Saramago)
Deus é um sentimento humano, ou seja, criação dos homens e mulheres que habitam o planeta.
Agora o uso que se faz desta “criação” é que é um absurdo. Com certeza, o mundo seria muito melhor sem estas imposições mentirosas com propósitos escusos.
 
1º VÍTOR A SARAMAGO
Não basta o sentimento de homens e mulheres, há a evidência dos espaços qualqueres … olhares infinitos que se perdem em brilhos esquisitos, de sois iluminando planetas parecidos com estrelas… as bolas de massa espalhadas como argolas nos sistemas, a perfeição dos mundos
com o toque de luz que é isto tudo. . . e não um senão apenas.
 
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(Dos cientistas)
Há uma intenção na criação do Universo?
Muitos cientistas acham que sim.
A mente humana talvez contenha mais mistérios que o próprio Universo.
 
2º VÍTOR AOS CIENTISTAS

Se Deus é o mistério de tudo o que vive, e até da rocha que transforma a flor num jardim, o maior segredo será da existência da gente, com essa massa que é o prodígio da mente, onde nada é o imenso que o intelecto alcança, só possível à raça humana.
 
 
Ser cientista não é saber achar,
concluir que as estrelas se podem amar…
Melhor seria, terem a certeza de tudo…!
Mas que finito, aborrecido, seria o mundo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A MÃO ABSTRACTA







A MÃO ABSTRACTA



Com o polegar, se abraça o indicador e o médio, capacidade de tocar o mínimo e o anelar, maravilhosas extensões de assédio que não conseguem ficar madraças, tal o vício do toque inquietas, impossível ficar paradas… 
São o sentimento dos poetas, e a mão amada com versos… os dedos, pergaminhos e desenhos de arquiteto que tornam belas as terras. 
Os lindos dedos de mulher com anéis e pulseira que adornam carinhos de mãe, eternas amantes como Deus quer, fiéis de alma inteira como companheiras de bem. 
As mãos que transformam a arte em fama, que nos fazem sentir a beleza com amor, amar com chama e sem dor, ou matar na guerra!
Viver com ódio assassino! 
Matar maligno, cujos desígnios são do profundo inferno da terra… os dedos cheios de ouro calçados com finas luvas e de gestos efeminados, segurando a bengala prateada forrada com couro e terminada em calços dourados.
A mão que nada usa de unhas negras e calejadas, e anda de mão estendida querendo enganar a pobreza e a fome na miséria duns cobres, triste vida e almas sem nada. 
A Mão Abstrata - mago do cosmos, chega na hora exata… parece magia.
Uma pintura de Picasso com traços tortos e o decifrar misterioso do enigma, dão àquele punho o carimbo do artista…
Traça uma mancha preta imensa, tão negra que parece não ter fim de tão densa, com cubismos brancos e um rasto de tinta aos solavancos, cria um espaço que mete medo…
Umas formas redondinhas como sistema, um azul do planeta e uma cor laranja solar estorricado pelo segredo…
Sobressai um azul mar e um azul luar ao aumentar o azulado, dá a luz incidindo na criatura e logo outros traços arrebatados trazem espécies aos saltos com pintinhas como luas…
Naquele borrão dos dedos e unhas… inventa um Deus no cimo com uma cara… põe-lhe um título de gesso a descoberto… escreve A Mão Abstrata – Universo.


















terça-feira, 6 de setembro de 2011

HISTÓRIA DA CRUZ









HISTÓRIA DA CRUZ




I - CRUCIFICAÇÃO






Todos temos uma cruz cruzada, mesmo antes de ver o mar e a Terra?
Todos temos hora marcada.
E os fantasmas da nossa espera parentes da nossa alma, sensíveis pais do nosso destino?
Serão por serem existência cunhada, o debuxo da passagem há muito formado… a cauda pegajenta no patíbulo deitado.
Todos temos uma cruz cruzada… ao amargar as agruras da vida, ferretes intemporais da lei judaica, um chicote negro que anuncia… a proteção do tempo pela hora laica…
Todos temos uma cruz cruzada!
Somos um Cristo de costas rasgadas!
Tecido de ossos sangrentos em massa, gotejando em corrupio de uva tinta como lágrimas, sanguíneas cores encarnadas…


O chão transmuta flores como sofridos milagres. Dão orifícios aos pulsos a sensação de arados!
Sulcam solos das aves como grãos abandonados, ingeridos pelos bicos nervosos das aves na excitação maligna de corvos, de pretas asas.



II – ORAÇÃO



Todos temos uma cruz!
Fundo cavernoso fruto dos pecados.
Os diabos que herdámos da luz!
  Parentes, nossos antepassados.

Ao colar uma noutra mão
fecho meus olhos… 
como dois toldos
rezo em oração:

:

Ele toca harpa
cantando poesia,
amando na alma
o espírito da vida.

Ele, é o Filho do Pai!
Deus, meu Senhor!
Rei que aqui atrai…
a vida pelo seu amor.

Ele é filho de Odin
Deus das poesias!
Bragi, Deus de mim!
De todas as vidas.




III – A SALVAÇÃO DO PECADO



Todos temos uma cruz cruzada…no princípio era sem forma e não era nada… havia um Imperante no trono e uma terra vazia ao abandono.
Mortalmente aborrecido das trevas, criou a luz e se tornou Divo com um ignorante capuz, aos olhos do mundo cheio de ilegítimos e espalhados farrapos bonitos. 



Um vagabundo na maneira de pensar… separando as águas dos rios e mares, céu, oceanos e glaciares.
Criou uma espécie inteligente para dominar outras espécies viventes numa mente diversificada amplamente dominada. 
Vai daí… destas formas abstratas?
Todos temos uma cruz cruzada!
Por aí… malfadada, gostamos de pisar baratas… como escaravelhos da batata.
Todos temos uma cruz cruzada.
E se quiserem dar a volta à semelhança do Pregado envolta /a imagem do homem disfarçada/, inventem uma cruz com ordem, preguem pregos nos pulsos e pés, coloquem coroa de espinhos no cabelo de revés, sacrifiquem um inócuo outra vez abominado, e digam que livraram a camelice do pecado!


Fundaram com oportunismo a igreja do cristão… e sob o maior invento da humanidade, simplesmente complicado, criaram a Salvação, modificaram mandamentos e publicidade.
Enriquecidos, acrescentaram ódio ao amor, sem o inconveniente de sangue e bolor.






IV – MINHA ÚLTIMA RELIGIÃO





Não quero o Paraíso
se não for teu profeta.
Vou seguir teu Caminho
alcançar tua meta.

Seja ela na Terra 
ou fora do planeta
quero tocar minha trombeta.
Ser teu poeta.

&

Prevarico. Juro!
Do fundo do coração!
Desde que eu sinta…
Mafarrico Mundo!

Minha última religião
Poesia vida em mim vinda.  

Não troco alma vazia
em espírito torcida, 
ou macabros espíritos,
 d´alma por diabinhos.