quinta-feira, 7 de agosto de 2008

DAR GRAÇAS

 




DAR GRAÇAS




Por estar vivo
nascido no berço

Por um aperto
um sorriso
  e um terço
por ser e não ser
dom de peito
  a tremer...

Amor sujeito
de se ter.
Agradeço
  aquém de direito
tem esse poder…

Não sei se mereço
mas vou a eito…

Viver, viver!





















sexta-feira, 11 de julho de 2008

CONJUGAÇÃO DO VERBO SER






CONJUGAÇÃO DO VERBO SER






Eu sou como sou!
Não me arrependo de ser.

Sejam o cuidar doutros seres

E da troça que era, eu fui.
Ainda que seja graça?
Compreendo o que é.

Nós somos a nossa escolha.
A minha vontade será firme.

Não há nada se eu fosse que queira.
Para serdes o que sois?
Deus pertence a quem for!

Fora eu como vós seríeis
e não existiria, como será o destino.

Quando eu for
a conjugação do verbo ser,
mesmo que não sejais vós
o mundo será melhor.

Tu és como és!
Eu sou como fôra!

Sê tu, e eu...
não me arrependo de ser.




















quarta-feira, 11 de junho de 2008

MEU ARMÁRIO





MEU ARMÁRIO





Tenho um armário e uns segredos
numas prateleiras com gavetos,
gaivas impolutas cheias de magia
com histórias unas de todos os dias.

Dividindo as gavetas em filas
vários compartimentos em fiadas
e os resguardos ornados com fitas
esconderijos de almas amadas.

Guardo no armário recordações.
Numa gaveta, laços, a família,
em retratos de puras emoções
com afecto repletos de estima.

Numa gaiva, leiga amizade.
Dentro, o arco-íris do amor
uma luz que sai da cavidade,
fresta de esperança multicor.

Há um lado que nunca abro
que encerra miséria e dores,
uma orbe negra, sujo oxidado,
arcaico, mirro, e sem amores.

Na última mágica fileira
lugar de meus mistérios,
desejos de minha esteira,
guardo sonhos de impérios.

Uma caixinha de meigos segredos
em paralelas gastas dimensões,
refúgios pessoais de meus medos,
ocultas chamas de meus corações.

Meu armário, são filas de estrelas.
Umas cintilantes, outras somenos.
Mas guardo-o aqui dentro… mecenas
do meu amor, arrecadado no tempo.