Vivemos a alvorada da demora, aonde os
baques vão desprezando o lado vivo da afeição, como se dantesco não é porfiando
a vinda dum assombro… na giesta doutra conceção, ou a evolução não destrinça
mais a justeza do que é certo, se subsiste a visão do ser como ligação aqui tão
perto… outrora tão escasso, actualmente um todo dos nossos andamentos em
trechos recentes de episódios diferentes.
Sucedâneo do omisso, não concebo uma
criatura de alma excluída na sua forma de sentir, nem como isso se torne
possível no insignificante vazio que é a maneira de pensar da sociedade, ou se
a honestidade e a nobreza em fraca arribação se encobrem da ignomínia e da
desonra sem o estorvo da vergonha.
Já não sei que há-de pensar destes modos
de agir, e vou fracionando estas partes noutras coisas que acontecem no
dia-a-dia, com uma zoada desconhecida… talvez num momento da hora se entenda,
porque o tempo é contabilizado ou porque o raio do céu se vê num segundo…
demasiado óbvio ser tão simples e pertencer ao Universo indistinto.
Do lado que é de cá de fora, assisto
como um misantropo o que passa ali e acolá… com um sentido enxuto de quem é
indissociável e não se mistura nada com interiores de exposição a que a
humanidade está sujeita, entre dióxido das plantas e oxigénios da vida.
Mas não possuo soluções ou fórmulas
químicas, pois dou mais valor a umas do que outras, quando todas são hoje
divergentes depois… e amanhã nos tempos desiguais, o que é verdade de manhã – à
tarde pode ser diferente, consoante a inspiração e as sensações das ideias
dispersas dos meus pensamentos passionais, e da beleza do acaso, que nunca dá a
conhecer os caminhos que pisa.
… a influência me tira segundos do meu
lugar, mas logo volto à minha anterior forma, porque não sei doutra feição que
não possa ou não seja ser, quando eu sou também igualmente o tal propriamente
sim… dando importância à vida como um detetive de palavras e reflexões que me
fascinam.
Nunca me tinha sentido barbaramente
excluído…
até ao nunca de hoje... vivo que não
fosse.
É tão bom sentir o que sinto!
Como tantos outros... amo, algo
penetrante e incisivo,
ainda que seja difusamente branco com
asas de pano.
Quem inventou a escrita?
Era um Deus nu em desordem, apocalíptico
da vida?
De certa maneira, pode dizer-se que era o Criador da
harmonia, irreverente, de obras belas, mas muito desarrumado. E como todos os
espíritos criadores, Deus não esconde a loucura da sua inteligência.
Assim que se cobriu com a capa do homem,
sua alma descoberta, eram palavras do céu… tornou-se poeta.
Sim, Deus é poeta, e não o que inventam
outros homens devotos.
E eu, simples mortal dessas cartas a quem
me é permitido usar cobertura, deliro no êxtase desse poder sagrado, ainda que
seja inventado duma outra qualquer criatura.
Nas minhas letras soltas, fáceis, e
terrenas cheias de afecto, não quero que ninguém se magoe… antes, transformar
as cores do universo em forma de flores. Terra, mar, e animais com olhos
e vozes de pessoas… onde possa imitar na sua inspiração com amor, o meu Deus
poeta.
Retribuo o deleite que é escrever… e
encontro o Deus que não conheço, nada idêntico ao incógnito costume usado, de
aspecto vulgar, parecido com todos no acto de viver – desaparece…, mas volta a
aparecer, quando preciso Dele.
Este sim, é um Deus a sério.
Ao contrário dos bajuladores, das suas
prepotências e imposições de proveito próprio, não querem que o mundo saiba…
que Deus também erra na sua perfeição, que usa o coração quando sente, e
fraqueja, porque ama muito e dá tudo como um criador.
/ Excluído Deus... fica o poeta /
O prazer de ser - feliz e sonhador.