sábado, 13 de outubro de 2001

EU QUERO (Para ti Gisa)







EU QUERO
(Para ti Gisa)





Eu quero...
O que alguém não quer.

Os possuídos querem só para si.
Há um mundo a querer
desejar querendo...

Eu quero...
O que todo o humano queria.
Deus queira!
Paz e amor queiram.

Querida,
eu também amo e quero
que toda a gente queira...
Eu quero...

Amar o Mundo!
E neste Mundo quero!
Só quero!

Todos queiram amar como eu...
E tu.














quarta-feira, 12 de setembro de 2001

CABEÇA NA BANDEJA






CABEÇA NA BANDEJA









A morte de João Baptista
e a tristeza da vida,
para além do baptismo
e a felicidade de calhar Jesus Cristo
em plenas águas do Jordão…
aclamava para si «A voz do deserto».

Herodes da Judeia, prendeu João inquieto
por certos desmandos com censura
que envolvia uma cunhada sua…

João passou do deserto para a prisão.

João foi preso por falar de mais em tempos
que a Democracia pelos Gregos criada
já não era a mesma, e do rei que era a enteada
Salomé de seu nome, e era muito atiradiça…
cobiçou o prisioneiro que era santo e eremita
depois de lhe ter dado tampas sem medos.

No dia de seus anos, pediu a cabeça
de João Baptista em bandeja de prata,
que a não queria perder naquela cena
em favor de sua mortal enamorada.

Dos tempos bíblicos até ao presente:
acaba de rolar uma cabeça decente.

Há sempre uma Salomé à mesma
que nos faz perder a cabeça.
Todos nós somos hoje Baptistas…
com diversos tipos de cabeças caídas…






















domingo, 12 de agosto de 2001

DECIFRA-ME OU DEVORO-TE!





DECIFRA-ME OU DEVORO-TE!
  




Havia uma esfinge que fazia na Grécia pânico
Um demónio exclusivo de má sorte e destruição,
Figura ctónica que vivia no mundo subterrâneo
Cabeça de mulher, patas, garras e peitos de um leão.

Pergunta a todos o quebra-cabeças, passam a tremer.
Fogem do enigma da esfinge mais famoso da história!
Ela mata qualquer incapaz a não responder:
- Decifra-me ou devoro-te, utiliza humano tua memória!

- Que criatura pela manhã tem quatro pés, dois ao meio-dia,
e à tarde tem três? Um sábio responde à esfinge ímpia:
- O homem engatinha quando bebé, anda sobre dois pés
na idade adulta, e usa um arrimo quando é ancião.

Furiosa com a resposta certa, poria fim no alto de Gizé
atirando-se, como se fora precipício na sua imaginação.














quinta-feira, 12 de julho de 2001

TROIKA











TROIKA







Morre o dia…, mas a esperança nasce, 
um grito ecoa, e uma nova vida avança.
Noutra parte do globo, noutros pontos da Terra, 
uma luz brilha outra esmorece, nasce uma flor,
morrem crianças…
inconcebível acontecer no século com milhões
para a ciência e a guerra, e não haver milhões
para as que morrem doentes com fome, doença e miséria?

Parece que estão à espera…
os lobos desta Terra…
uivam para a Esfera…

Se a última voz se ouvir,
as crianças deixarem de sorrir,
quando soltar gargalhadas cansa,
se não houver mais pierrôs de ansa
e arlequins que nos façam rir?

Se aves de bico deixarem de cantar,
os sonhos não tiverem luar,
o sol deixar de aquecer nossa alma,
a Terra vazia deixar de girar…
se não houver ondas no mar,
quando não luzir o espírito dos céus
ou as estrelas não possuírem brilho…
que ciscos vivos imitarão a vida?

Depois?
Quando o final for escuridão,
não houver mais alcatrão…
não persistir o infindo da origem,
se houver simplesmente fuligem,
quando existir nada de nada, flutua,
vagueia o que não existe da lua.

Pois?
Haverá sempre um código,
como um sorriso de criança,
numa célula de rocha amorfo
quando não existir mais esperança.