sábado, 12 de novembro de 2005

ATLÂNTIDA








ATLÂNTIDA




Reflexos de luz em trilhos ondeada
chispas de nuvens salgadas 
maravilhoso oceano vasto…  
Gaivotas em planado voo que passa
 canções de ondas em pautas espumadas
extensa planície azul mareado...  

Segredos que o planeta encerra.
Que são as águas da Terra?
Reinos de Mundos cercados…? 
fórmulas em forma de célula...?
Que mãos com mil cuidados  
guardam em oceânicas lamélula?

Serão Casa de Profundos Céus  
dividido em partes aguadas…  
que vão do vasto imenso mar  
aos profundos penedos de ilhéus,  
orbe de homem-peixe, raças,  
mundos que hão-de sonhar?
De lindas Sereias, barbatanas sincopando,
as ondas badanas em majestosos céus de águas 
com titânicos rastos de fráguas.  

Quimeras jasmins, nuvens soltas  
de unicórnios sob escoltas,  
céus de Águas total origem,  
telepata ser, deuses exigem.

Habitam por aí comuns segredos  
disfarçados de humanos bruxedos,  
céus derretendo precioso líquido,  
outrora casas de rocha, início.


Céus de Águas em veias corrido 
 dentro corpos estranhos vertidos,  
Atlântida de lares e criaturas
 umas campânulas, outras figuras; 
mundos perdidos em destruição 
Céus de Águas, fontes de recordação.
















quarta-feira, 12 de outubro de 2005

ALFACINHA






ALFACINHA



Sou natural de Lisboa, terra dos meus amores.
Da minha varanda virada para o Tejo
aqui nasci espírito impregnado de dores,
vivi casos com pecados meus de olhar cego.

Sou o que se pode chamar, um breve alfacinha
sócio da Colectividade 1885 do 3 de Agosto,
natural do 1º - setenta e sete, em Marvila,
e amante do palco, teatro da vida imposto.
  
Perdido na noite de luxúria e devassidão
apaixonado do Cais do Sodré e Bairro Alto,
entreguei-me à primeira concubina ali à mão.

Provador da noite, no interdito calor das vidas,
de dia um cidadão comum, do bairro sossegado,
uma cara à face da lei, noutras proibidas.



















segunda-feira, 12 de setembro de 2005

O OPERÁRIO





ALHANDRA - COPAZ  & IBEROL/
/PORTO ALTO - INCOMPOL/

   


O OPERÁRIO


Jazem os al-khuarismi
no catálogo da usina...

Operários escravos da moda,
bípedes da manufatura
no seu cativeiro de artífices.

Andam, falam bip, bip…
Assobiam bips…
Pensam no modo bip.

Vegeta o pobre
encéfalo normal, robô?

Ao que chama a si próprio:
 “Mec”.

E a tudo diz –
Bip! Bip!