segunda-feira, 12 de novembro de 2001

HÁ MÃOS








HÁ MÃOS




/Há um mundo à espera das mãos/

Há humanos de mãos carismáticas
Há mãos de dedos sãos...
Há paz nas mãos cruzadas.
Há mãos de uma criança amada.

/Todos temos na mão uma alma. /

Há mãos que noutra mão manda.
Há mãos delicadas.
Há mãos que são da Terra Santa.
Há mãos que escapam!
Ah...! Mãos que matam.

Há mãos que são garras.
Há mãos que vão embora…
há mãos que tocam guitarras.
Há mãos que dizem adeus agora…
há mãos de caras beijadas.

Há mãos bailando na vertical.
Há mãos nos dedos dos pés.
Há mãos atravessadas no portal...
há mãos que dizem quem és!

Há mãos com cabelos.
Há mãos que faltam dedos!
Há mãos que tocam sinos!
Há mãos que são de beduínos.

Há mãos que sentem a mudança.
Há mãos que são uma estampa!
Há mãos que não sentem nada.
Há mãos que andam de mão dada.
Há mãos ensanguentadas que marcam.
Há mãos que à vida se agarram!

Há mãos que fazem confusão.
Há mãos que são e não são!
Há mãos de palmas abertas.
Há mãos que são corações patetas.

Há mãos de almas rodeados...
Há mundos nas mãos apertados.
Há mãos que estão mortas e descansam.
Há mãos na esperança de quem amam.
Há mãos que alcançam...

Há mãos que choram.
Há mãos com pecado!
Há mãos que sofrem.
Há mãos com lágrimas de orvalho.
Há mãos que dormem...
Há mãos que não voltam.



















sábado, 13 de outubro de 2001

EU QUERO (Para ti Gisa)







EU QUERO
(Para ti Gisa)





Eu quero...
O que alguém não quer.

Os possuídos querem só para si.
Há um mundo a querer
desejar querendo...

Eu quero...
O que todo o humano queria.
Deus queira!
Paz e amor queiram.

Querida,
eu também amo e quero
que toda a gente queira...
Eu quero...

Amar o Mundo!
E neste Mundo quero!
Só quero!

Todos queiram amar como eu...
E tu.














quarta-feira, 12 de setembro de 2001

CABEÇA NA BANDEJA






CABEÇA NA BANDEJA









A morte de João Baptista
e a tristeza da vida,
para além do baptismo
e a felicidade de calhar Jesus Cristo
em plenas águas do Jordão…
aclamava para si «A voz do deserto».

Herodes da Judeia, prendeu João inquieto
por certos desmandos com censura
que envolvia uma cunhada sua…

João passou do deserto para a prisão.

João foi preso por falar de mais em tempos
que a Democracia pelos Gregos criada
já não era a mesma, e do rei que era a enteada
Salomé de seu nome, e era muito atiradiça…
cobiçou o prisioneiro que era santo e eremita
depois de lhe ter dado tampas sem medos.

No dia de seus anos, pediu a cabeça
de João Baptista em bandeja de prata,
que a não queria perder naquela cena
em favor de sua mortal enamorada.

Dos tempos bíblicos até ao presente:
acaba de rolar uma cabeça decente.

Há sempre uma Salomé à mesma
que nos faz perder a cabeça.
Todos nós somos hoje Baptistas…
com diversos tipos de cabeças caídas…






















domingo, 12 de agosto de 2001

DECIFRA-ME OU DEVORO-TE!





DECIFRA-ME OU DEVORO-TE!
  




Havia uma esfinge que fazia na Grécia pânico
Um demónio exclusivo de má sorte e destruição,
Figura ctónica que vivia no mundo subterrâneo
Cabeça de mulher, patas, garras e peitos de um leão.

Pergunta a todos o quebra-cabeças, passam a tremer.
Fogem do enigma da esfinge mais famoso da história!
Ela mata qualquer incapaz a não responder:
- Decifra-me ou devoro-te, utiliza humano tua memória!

- Que criatura pela manhã tem quatro pés, dois ao meio-dia,
e à tarde tem três? Um sábio responde à esfinge ímpia:
- O homem engatinha quando bebé, anda sobre dois pés
na idade adulta, e usa um arrimo quando é ancião.

Furiosa com a resposta certa, poria fim no alto de Gizé
atirando-se, como se fora precipício na sua imaginação.