sábado, 5 de dezembro de 2020

NATAL, REALIDADE OU SONHO?

            






                                                                                                                             Minha Mãe
          Meu Pai 
EU




NATAL, REALIDADE OU SONHO?







Toda a minha vida me senti sozinho.
Mesmo quando dava todos os anos um beijo de boas Festas a meus pais e trocávamos presentes.
Hoje, é véspera de Natal, e depois de falecerem… este é o segundo ano que sinto que eles estão comigo. Sabem, acreditem ou não… aqui dentro batem três corações, e com tanto calor que é impossível não definir como amor, tamanha chama que nos une.
Quem ama sabe que o amor é mais real que a própria realidade.
Sim, deixei de estar só, agora que estou de facto sozinho na matéria de um abraço carinhoso de pai ou de um beijo quente de mãe, mas deixei de estar só. A presença deles é algo indescritível, tão forte, que é mais autêntica que a verdade que eu sinto nos corações deles.
Só que hoje é véspera de Natal, e não vai haver troca de presentes. Esta é a única diferença de outros Natais.
Debaixo do meu edredon, começo a sentir o calor inebriante do sono, mas mesmo assim ainda consigo pensar se eles…. que presentes me dariam amanhã…
Acordo… e vejo-os à minha frente na forma… de amor….
Meu pai diz-me: 
- Dá cá mais dois!  

                                                Dá cá mais dois

 É uma figura num cachorrinho simpático. E eu correspondo com as minhas mãos batendo nas dele tão quentes.



Minha mãe é uma cachorrinha de nome My Darling  que me olha extasiada com tanto carinho que me abraça com tanto amor e eu correspondo para que este momento seja eterno.

 My Darling



Mas o mais surpreendente é que eles me viam como o Amigo Natal  na forma de outro cachorro. Ou seja, este foi o milagre que nos uniu neste Natal de 2018, e pudemos estar juntos neste encontro tão inesperado.
 Amigo Natal



Acordo enrolado no meu edredon, e sinto tristeza porque eles partiram… e ao mesmo tempo uma enorme felicidade por Deus deixar festejar o Natal com meus pais.


Eu sei que estive com eles, mas não foi um sonho. Eu sei o que é a realidade. Eu acredito e quem quiser chamar-me louco não importa.
Aquele nosso encontro, foi o presente que Deus nos deu a nós próprios, a única forma de nos podermos amar mais uma vez, e dizer os três ao mesmo tempo:
- Bom Natal!...

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Bom Natal amigo conhecido ou desconhecido… esteja onde estiveres, que o teu Natal ou sonho... seja real.









terça-feira, 24 de novembro de 2020

DESPEDIDA

 


 

DESPEDIDA

 

Espero o dia que não chega

angústia do tempo distante…

Insaciável tormento dominante.

 

Saciam fraquezas…

À espera dos dias que não vinham

procurando.

 

Seres vivos como neblinas sentiam…

Securas eliminam das trevas

Aguardando.

 

Espero o dia que não chega

procuro o mundo que não vivo

 

Entre o antes… depois de seguida

encontro a pessoa que amo de certeza

aquele amor que faz viver…

 

E vivo sonhando…

Quando esperava morrer.

 

Então amando…

Na busca daquilo, eu digo:

- Quero viver contigo minha vida!

 

E fico aguardando…

 

 

 Vitor

 

 

 

 

 

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

SONHO VIVENDO V

 



SONHO VIVENDO
V




A outra parte equiparada à substância, levantando voo sem precisar de atividade
o mesmo efeito das saudades… o sonho na terra ao adormecer sonhando para logo acordar vivente no verdadeiro sonho da vida noutro lugar…
A eternidade do dia sem horas nem envelhecimento das caras que o tempo faz ou de qualquer outra luz sonhada, retrato da minha alma que ficou gravado no meu diáfano sonho.
Moradias de estrelas cintilando pelas estalagens de inverno, com cachecóis nas ombreiras do portal Infinito vácuo da minha memória, recordando traçados lusófilos em rastos na forma do viver, misturados na cor azul do sonhar.
Com as palavras desta sensação, perceber que no adormecimento dos meus passos todos a minha vida é um sonho real… e quando acordar?
Não posso - senão morro.
 
 
/Vitor/


terça-feira, 8 de setembro de 2020

MEIO SEGUNDO DE VIDA IV

 


 

 

MEIO SEGUNDO DE VIDA
IV


… E sonho acordado um terço do dia… oito horas das vinte e quatro. Se juntar sete horas ao dormir no sonho, sobram-me duas horas para continuar a alimentar as refeições nos meus sonhos, e as restantes sete horas a pensar como um sonhador.

Só me fica metade do outro mundo para viver vivo sem sonhar, aquele momento do respirar parado na outra metade sem vida, duplo sentido – vida e morte no palpitar do meio segundo, e outro meio morrer… invólucro descartado. 


/Vitor/