GAIOLA
Ninho de passarinho
é só abrigo
qualquer refúgio…
Amparo
agasalho,
proteção, subterfúgio.
Gaiola de caixa aberta
virada para o mundo…
olhitos no bico da fome
pia de goela inquieta
tudo engole…
Passarinho sitibundo.
Vitor
GAIOLA
Ninho de passarinho
é só abrigo
qualquer refúgio…
Amparo
agasalho,
proteção, subterfúgio.
Gaiola de caixa aberta
virada para o mundo…
olhitos no bico da fome
pia de goela inquieta
tudo engole…
Passarinho sitibundo.
Vitor
Só me fica metade do outro mundo para viver vivo sem sonhar, aquele momento do respirar parado na outra metade sem vida, duplo sentido – vida e morte no palpitar do meio segundo, e outro meio morrer… invólucro descartado.
/Vitor/
AO MORRER
II
A morte não escolhe a porta…o espírito foge da matéria morta, não se convenceu ainda que não morre. Ao morrer partimos sem volta.
Andamos… não convencidos vagueamos.
A capa usada é a substância descartável de tal sorte se torna nosso parente com a idade.
Exímia na sua aventura eterna, usurpador de corpos pelos séculos fora… na nossa alma perpétua, abala, quando se prepara para ir embora.
O dia no mês com milhões de anos, os séculos de mistérios… que segredos mais antigos os mundos de muros incertos?
Se desvendam... que fórmulas com significado mágico existem?
… que os deuses escondem e insistem… fartos que estão do calendário do tempo, por serem intemporais, se admiram da morte ser mais eterna, o milagre de morrer ao ressuscitar, coisas dos mortais…
Que coisa estranha esta vida!
Mil e um pensamentos, tanta coisa bonita!
E não há sentir que aconteça por mais belo ou triste que seja, que não acabe no morrer vivo, no falecer do existir tido.
/Vitor/