sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DANÇA DOS ESPÍRITOS







DANÇA DOS ESPÍRITOS



Envolta em luz diáfana
calcorreia pelo ar serpentino
a dança do índio
em ziguezague encaracolada.

Raios partam asas do medo!
Os fantoches sorrindo…
e máscaras de rostos sorvendo

O dúbio mistério apocalíptico.

Entoam cânticos dimensionais
orações aos deuses
com olhares rituais
na noite de todos os meses.

Ao redor dos corpos,
transparentes seres
ondulando aos molhos
inquietos às vezes…

Vêm ao chamamento
entre faíscas
na fogueira do firmamento
imponentes, daninhas.

Qual quê…?
O silêncio não se vê…
mas pressente-se
algo gelado, dormente,
embalando as estrêlas

E dois mundos às avessas…
unindo sons profundos num eco
com uma espécie de terra e deserto.