PASSA-TEMPO
Oiço-me a mim…
a máquina por dentro
como um Arlequim…
como um Arlequim…
E fico em meu silêncio
sem circulação nem curso.
O coração é do Mundo…
O meu parou há muito.
Explodem sensações várias.
Percorrem o corpo
serão agora…
Sucedâneas de um todo
antes transatas
a qualquer hora.
É como algo vazio
que se tem dentro d`alma.
Aquele velho navio
que não passa…
ancoradouro de recordações.
E uma tristeza
que se vê nos olhos parca,
de tanta natureza
que é dor e não disfarça
…do amor nos corações.
/Como os dias em movimento/
/Um tributo… /
Uma data adianta
ou atrasa com intuito
mas a hora avança
é sempre o mesmo invento!
Só o tempo viaja muito…
Todo o momento “in loco”
estático, sem pressa…
Viravolta.
Se o destino não espera?
Tudo que passa é morto.
A corrida é um segundo…
Não tem volta.