terça-feira, 6 de setembro de 2011

HISTÓRIA DA CRUZ









HISTÓRIA DA CRUZ




I - CRUCIFICAÇÃO






Todos temos uma cruz cruzada, mesmo antes de ver o mar e a Terra?
Todos temos hora marcada.
E os fantasmas da nossa espera parentes da nossa alma, sensíveis pais do nosso destino?
Serão por serem existência cunhada, o debuxo da passagem há muito formado… a cauda pegajenta no patíbulo deitado.
Todos temos uma cruz cruzada… ao amargar as agruras da vida, ferretes intemporais da lei judaica, um chicote negro que anuncia… a proteção do tempo pela hora laica…
Todos temos uma cruz cruzada!
Somos um Cristo de costas rasgadas!
Tecido de ossos sangrentos em massa, gotejando em corrupio de uva tinta como lágrimas, sanguíneas cores encarnadas…


O chão transmuta flores como sofridos milagres. Dão orifícios aos pulsos a sensação de arados!
Sulcam solos das aves como grãos abandonados, ingeridos pelos bicos nervosos das aves na excitação maligna de corvos, de pretas asas.



II – ORAÇÃO



Todos temos uma cruz!
Fundo cavernoso fruto dos pecados.
Os diabos que herdámos da luz!
  Parentes, nossos antepassados.

Ao colar uma noutra mão
fecho meus olhos… 
como dois toldos
rezo em oração:

:

Ele toca harpa
cantando poesia,
amando na alma
o espírito da vida.

Ele, é o Filho do Pai!
Deus, meu Senhor!
Rei que aqui atrai…
a vida pelo seu amor.

Ele é filho de Odin
Deus das poesias!
Bragi, Deus de mim!
De todas as vidas.




III – A SALVAÇÃO DO PECADO



Todos temos uma cruz cruzada…no princípio era sem forma e não era nada… havia um Imperante no trono e uma terra vazia ao abandono.
Mortalmente aborrecido das trevas, criou a luz e se tornou Divo com um ignorante capuz, aos olhos do mundo cheio de ilegítimos e espalhados farrapos bonitos. 



Um vagabundo na maneira de pensar… separando as águas dos rios e mares, céu, oceanos e glaciares.
Criou uma espécie inteligente para dominar outras espécies viventes numa mente diversificada amplamente dominada. 
Vai daí… destas formas abstratas?
Todos temos uma cruz cruzada!
Por aí… malfadada, gostamos de pisar baratas… como escaravelhos da batata.
Todos temos uma cruz cruzada.
E se quiserem dar a volta à semelhança do Pregado envolta /a imagem do homem disfarçada/, inventem uma cruz com ordem, preguem pregos nos pulsos e pés, coloquem coroa de espinhos no cabelo de revés, sacrifiquem um inócuo outra vez abominado, e digam que livraram a camelice do pecado!


Fundaram com oportunismo a igreja do cristão… e sob o maior invento da humanidade, simplesmente complicado, criaram a Salvação, modificaram mandamentos e publicidade.
Enriquecidos, acrescentaram ódio ao amor, sem o inconveniente de sangue e bolor.






IV – MINHA ÚLTIMA RELIGIÃO





Não quero o Paraíso
se não for teu profeta.
Vou seguir teu Caminho
alcançar tua meta.

Seja ela na Terra 
ou fora do planeta
quero tocar minha trombeta.
Ser teu poeta.

&

Prevarico. Juro!
Do fundo do coração!
Desde que eu sinta…
Mafarrico Mundo!

Minha última religião
Poesia vida em mim vinda.  

Não troco alma vazia
em espírito torcida, 
ou macabros espíritos,
 d´alma por diabinhos.