segunda-feira, 10 de agosto de 1998

MONCORVO




MONCORVO


De uma vez, numa rua estreita bem esguia, onde havia lojas e uma barbearia… e no lado contrário mais acima uma escola, passando uma espécie de ponte à saída de Moncorvo, lá no fundo doutro lugar naquela terriola, ligação da estrada àquele troço…

Lembro desse arruamento, ténue pensamento da minha pequenina figura numa casa algures de uma senhoria, um almoço de bacalhau desfiado com tomate misturado… com um corte de cabelo à escovinha, e o cuidado do barbeiro com meu sinal no pescoço… para não gotejar sangue grosso e ficar inteiro, sem ferida. 

Penso que era a rua principal, a que tinha mais movimento de pessoas, mais comércio na loja comercial e sem vida mundana… e no seguimento dessa mesma rua, descendo um pouco mais abaixo, como uma partitura, com inclinação não musicada e pouco acentuada, virava à esquerda quem vinha do largo, e também ficava à direita da rua principal, a quem todas vinham desembocar no final. 

Recordo o largo da estrada redonda à volta, de uma parede muito alta e antiga meia-morta, parecida com o morro de um castelo, ou igreja a quem tinham batido com um martelo, e quem vinha de frente naquela vista… sentia sempre que na tal rua afluía, que eu só lembro da primeira vez… sem saber porquê, que nesta vila vivia... de quê, sem querer, não sabia.