Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa.
VIM
POR ENGANO
…
Sonhando em vida, pela antecâmara divina vim a correr perdido.
De
princípio...?
Vim por engano. não era para ter vindo… humano.
Vim por engano. não era para ter vindo… humano.
Entre meios
por meios indevidos fui trocado.
Quiseram mudar o lugar para não ser conhecido (talvez demais desvendar o passado é o mesmo que saber do futuro), deram um nome igual e o sangue também era parecido, enfim, fui recolhido.
Quiseram mudar o lugar para não ser conhecido (talvez demais desvendar o passado é o mesmo que saber do futuro), deram um nome igual e o sangue também era parecido, enfim, fui recolhido.
Purificava
minha alma no jejum das coisas terrenas /acompanhava a beleza da natureza/ vivia apenas com o sentido de ser leve na minha transparência, partindo com
minhas asas invisíveis para sentir a pureza do mundo como um anjo... dormitando
na minha nuvem almofadada e sonhando… sonhando…
A partir daqui, o real é vivido nos intervalos e a realidade
do sonho o tempo acordado de todo o filme da vida.
Voltei... ao princípio de novo comecei.
Com olhos de criança vi tudo aquilo que sonhei, que havia na imensidão humana outros mundos perdidos, coisas que eram belas doutras partes na lenda, seria desengano?
Com olhos de criança vi tudo aquilo que sonhei, que havia na imensidão humana outros mundos perdidos, coisas que eram belas doutras partes na lenda, seria desengano?
Era humano
apenas no pó da terra, perante o olhar de entes temerosos.
Sabia que eram poderosos, segredos que em mim encerram, com medo de perderem o domínio que não lhes era, e o significado mãe ventre que tudo gera – senão fora descoberto, era sem pudor o simples amor, maior grandeza da Terra, pecado por ser engano.
Sabia que eram poderosos, segredos que em mim encerram, com medo de perderem o domínio que não lhes era, e o significado mãe ventre que tudo gera – senão fora descoberto, era sem pudor o simples amor, maior grandeza da Terra, pecado por ser engano.